Guarda prisional leva castigo pesado
DECISÃO Condenado por introduzir droga na cadeia ao longo de 7 anos
Por ter especial obrigação no cumprimento da lei, o guarda prisional José Manuel Coelho, que ao longo de 7 anos, entre 2012 e 2019, foi elemento chave na introdução de droga no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, onde trabalhava, foi condenado a 13 anos e meio de cadeia.
No banco dos réus sentaram-se vinte arguidos, dos quais cinco foram condenados a penas de prisão efetiva. Para além de José Coelho, Joel Rodrigues, considerado o principal traficante, vai ter de cumprir 12 anos de cadeia, Mário Barros dez anos, José Oliveira sete anos e meio e Diamantino Oliveira seis anos e três meses de cadeia.
“Este grupo criou uma teia mais difícil de quebrar do que os muros da cadeia”, disse a presidente do coletivo de juízes, lembrando a “especial gravidade” dos atos praticados pelo guarda prisional.
O esquema estava de tal forma bem montado que operou na cadeia de Paços de Ferreira ao longo de sete anos sem que ninguém conseguisse colocar-lhe travão. Para além de droga, o guarda ajudava também a introduzir na cadeia telemóveis e cartões SIM.
O Tribunal sublinhou o facto de as penas terem sido “pesadas” e lembrou que no período em que os crimes foram praticados, este estabelecimento prisional vivia “uma situação de facilitismo generalizado”, a que acresciam deficiências como “videovigilância obsoleta” e “falta de guardas atendendo à sobrelotação da cadeia”. Os restantes 15 arguidos viram as penas suspensas.
GUARDA PRISIONAL LEVOU A MAIS PESADA DAS PENAS APLICADAS A 20 ARGUIDOS