Correio da Manha

Salário até 11 de junho foi todo para o Fisco

CÁLCULOS RANKING Cerca de 44 dos rendimento­s dos trabalhado­res vão para Estado, como impostos Portugal ocupa o 16º lugar na tabela dos países da União Europeia sob maior pressão

- RAQUEL OLIVEIRA

Os portuguese­s estiveram até ao passado dia 11 de junho - ou seja, 162 dias - só a pagar impostos, um dia menos que a média dos 27 países da União Europeia. Os cálculos constam de um estudo do Inst i t u t o Ec o nómico Moli nar i que mostra ainda que a carga fiscal sobre os salários em Portugal aumentou este ano para 44,36%.

O ‘dia da libertação fiscal’ representa o dia a partir do qual os trabalhado­res podem dispor efetivamen­te dos seus rendimento­s, o chamado “poder de compra real”. Apesar do dia ser o mesmo de 2020, a pressão fiscal sobre os salários em Portugal

IMPOSTOS REDUZEM SALÁRIO MÉDIO PARA 12 935 EUROS POR ANO

aumentou, subindo de 44,12% em 2020 para 44,36%, ainda segundo o mesmo estudo.

Na prática, a carga fiscal sobre o rendimento dos trabalhado­res reduz um salário médio bruto de um português sem filhos de 23249 euros anuais para 12935 euros, já que o restante vai para o Estado, através dos vários impostos, nomeadamen­te IRS e IVA.

Com 54,76%, a Áustria lidera a lista dos países com a carga fiscal mais elevada da União Europeia a 27, numa tabela em que Portugal ocupa o 16º lugar. Em 2021, a taxa real de imposto sobre o trabalhado­r é de 44,51% na UE27, uma queda de 0,15% face a 2020 o que mostra, conclui o estudo, que os governos “resistiram à tentação de aumentar os impostos para preencher os deficits criados pela crise sanitária”.

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a que os portuguese­s estiveram sujeitos em 2021 subiu, ainda que ligeiramen­te, face ao ano anterior
Carga fiscal a que os portuguese­s estiveram sujeitos em 2021 subiu, ainda que ligeiramen­te, face ao ano anterior
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