Correio da Manha

Ativistas vigiados por software espião

FABRICANTE Empresa israelita NSO nega vender o programa a regimes que atacam liberdades e desvaloriz­a as revelações surgidas na imprensa

- F. J. GONÇALVES

Ativistas, jornalista­s e advogados em várias partes do Mundo estão a ser alvo de vigilância graças a um software espião vendido por uma empresa israelita a governos autoritári­os. Na Europa, um caso especialme­nte preocupant­e é o do regime húngaro do PM Viktor Orbán alvo na semana passada de um processo da UE por causa de uma lei que põe em causa os direitos da comunidade LGBT.

HUNGRIA SOB SUSPEITA DE USAR PROGRAMA PARA VIGIAR OPOSITORES

De acordo com uma investigaç­ão da organizaçã­o francesa de jornalismo não lucrativo Forbiden Stories, dezenas de pessoas ligadas à oposição na Hungria estão sob vigilância graças ao Pegasus, um spyware do Grupo NSO. Depois de infetar um telemóvel, esse software espião permite vigiar tudo, de fotos a telefonema­s, passando até mesmo por conteúdos encriptado­s.

A Hungria disse “não ter conhecimen­to” de dados obtidos de forma ilícita sobre jornalista­s como Szabolcs Panyi, um conhecido crítico do regime.

Mas, segundo a investigaç­ão da Forbiden Stories, do Azerbaijão ao México, passando pela Índia e a Arábia Saudita, há centenas de ativistas e jornalista­s visados por este spyware israelita.

A NSO põe em causa a importânci­a das revelações e nega ter vendido o sistema a governos autoritári­os. Diz ainda que o objetivo do mesmo é lutar contra criminosos e terrorista­s.

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Regime de Orbán foi alvo de um processo da UE por atentar contra direitos

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