PORTUGAL: SEGURANÇA INTERNA.
DESPACHO Governo autoriza passagem à reserva ou aposentação de elementos policiais
PSP E GNR VÃO CHEGAR AO FIM DO ANO AINDA COM MENOS EFETIVOS DO QUE COMEÇARAM.
PSP e GNR vão chegar ao fim deste ano ainda com menos efetivos do que começaram. Um despacho assinado pelos ministros de Estado e das Finanças e da Administração Interna, publicado ontem, autoriza que 789 polícias passem à pré-aposentação e 712 militares à situação de reserva ainda este ano (1501 no total). Mas as entradas são em número inferior às saídas e os problemas com o número de operacionais vão “manter-se ou até agravar
SAÍDAS SÃO SUPERIORES ÀS ENTRADAS, ALERTAM ASSOCIAÇÕES SINDICAIS
-se”, alertam os sindicatos.
No caso da GNR, apesar de Eduardo Cabrita ter anunciado há um mês que este ano haveria “o maior volume de formação de guardas desde há muitos anos”, com 1400 novos elementos, na prática só entraram ao serviço 198 guardas provisórios, que estão neste momento em estágio. Há outro curso a decorrer com 302 candidatos e os restantes ainda nem começaram a formação. “A GNR já tem um défice de efetivos entre quatro mil e cinco mil elementos e todos os anos as saídas para a reserva são superiores às entradas”, explica César Nogueira, presidente da APG/GNR. E mesmo os ‘reforços’ que agora entram ao serviço “apenas servem para camuflar a falta de efetivo”. “Nem andam armados nem podem conduzir, mas são colocados ao lado de um único elemento na patrulha. Os que estão agora no curso só para o ano estarão disponíveis”, acrescenta César Nogueira.
Na PSP, que em abril abriu candidaturas para 1200 vagas, a situação é semelhante, uma vez
que nos últimos anos as saídas têm sido superiores aos ingressos. E o problema só não é mais grave porque dos cerca de 3000 agentes que preenchem os requisitos para a pré-reforma (55 anos de idade e 36 de serviço) só aqueles que têm mais de 60 anos vão ser considerados, mas ainda dependem de autorização do diretor nacional.