ESPECIAL: OTELO. VELÓRIO DO ESTRATEGA DO 25 DE ABRIL MARCADO POR EXIGÊNCIA POPULAR DE LUTO NACIONAL.
HOMENAGEM Milhares foram despedir-se do estratega da Revolução de Abril POLÉMICA Multidão gritou ‘Luto Nacional’ à chegada do primeiro-ministro
AHistória fará juízo sobre Otelo Saraiva de Carvalho, mas comandante operacional só houve um”, disse ontem Marcelo Rebelo de Sousa no velório do estratega da Revolução de Abril, que morreu no domingo, aos 84 anos. O Presidente da República não quis comentar o facto de a morte de Otelo não ser assinalada com luto nacional, lembrando que essa tem sido a tradição para os militares de Abril, mas quando o Primeiro-Ministro chegou à Igreja da Academia Militar, em Lisboa, foi recebido com os gritos da multidão, que pedia “Luto nacional! Luto nacional!”
COSTA FALOU DE CASOS NO PASSADO PARA JUSTIFICAR DECISÃO
“O Estado tem de ter critérios consistentes e coerentes. Foi assim no passado”, respondeu António Costa, aludindo implicitamente ao facto de nem de Salgueiro Maia nem Melo Antunes terem tido, por morte, direito a luto nacional. “O importante não é ter uma polémica sobre o tema, mas que este seja um momento de reconciliação para o País”, acrescentou o governante.
Políticos, amigos e familiares de Otelo e muitos populares velaram o corpo do estratega da Revolução até às 22h30. O último adeus a Otelo acontece hoje, numa cerimónia reservada à família e amigos próximos. O cortejo fúnebre parte às 12h30 da Capela da Academia Militar para o crematório de Cascais.