Fogo causa perda de casa e trabalho
DANOS Irmãos agricultores estimam prejuízos de 1 milhão de euros
Acasa do meu irmão e parte do nosso terreno agrícola foram destruídos e ele ficou sem trabalho”, lamenta Carlos Guerreiro, 55 anos, irmão do agricultor José Eduardo que, aos 58 anos, teve de ir viver com a mulher para casa dos pais depois de ter perdido os meios de subsistência no violento incêndio que lavrou em Castro Marim, em agosto passado, durante dois dias.
“Os prejuízos ultrapassam 1 milhão de euros”, estima Carlos Guerreiro. Casa e armazém recheado de máquinas agrícolas e ferramentas ficaram destruídos. A colheita de trigo, aveia, cevada e alfarroba também foi consumida pelas chamas. O incêndio destruiu dezenas de alfarrobeiras, oliveiras, azinheiras, amendoeiras e sobreiros.
CARLOS PEDE MAIS AÇÕES CONCRETAS ÀS ENTIDADES PARA RECONSTRUIR A VIDA
“Sem apoios não temos condições económicas para reerguer isto”, alerta Carlos Guerreiro. Inconformado, apela às entidades competentes, nomeadamente a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, para que “venha ao local e comprove as perdas que tivemos”.
“Falem com as pessoas. O que se diz em Lisboa é muito diferente da realidade que temos no terreno. Ninguém nos ajudou até hoje”, desabafa, num misto de tristeza e desânimo.
Carlos Guerreiro ainda não foi contactado por qualquer entidade do Ministério da Agricultura, para a atribuição de apoios concretos.
Este incêndio, que se estendeu ainda aos concelhos vizinhos de Vila Real de Santo António e Tavira, provocou um total de 5957 hectares em área ardida, afetando ainda 163 edifícios e 2774 hectares de áreas agrícolas. Apesar de o levantamento ainda estar a decorrer, estima-se que os prejuízos totais ascendam aos 2,3 milhões de euros.
Entretanto, o Governo já distribuiu mais de 20 toneladas de rações para ajudar os produtores a alimentarem os animais.