Correio da Manha

A proposta de OE-2022 e o SNS

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OServiço Nacional de Saúde (SNS) é vital para a saúde dos portuguese­s como mostrou a Covid-19. No Relatório do Orçamento do Estado para 2022 (OE-2022), o Governo afirma “renovar o compromiss­o com o SNS”, compromete­ndo-se com a “redução sustentada da dívida” deste serviço; em fazer a “aposta no reforço dos recursos”; em “robustecer a capacidade de resposta”; com a “aposta nos profission­ais de saúde”, e na “dedicação plena dos profission­ais de saúde no âmbito do novo Estatuto do SNS”, etc.

Quando comparamos o relatório com o Orçamento, conclui-se que este não tem nada a ver com aquelas promessas. O Governo não tenciona cumpri-las, mas “deixá-las para as calendas gregas”. No OE-2022 prevê-se transferên­cias para o SNS de apenas mais 696 milhões de euros do que em 2021, quando, já em agosto deste ano, as dívidas do SNS a fornecedor­es atingiam 1815 milhões de euros e o défice era de 167,4 milhões de euros.

Nos “investimen­tos estruturan­tes” do SNS, os valores para 2022 são ridículos.

No Hospital Lisboa Oriental, prometido há muitos anos, dos 460 milhões de euros necessário­s só estão previstos 73 milhões; no Hospital do Seixal, dos 53 milhões de euros necessário­s, estão previstos 28 milhões de euros; no Hospital do Alentejo, dos 211 milhões de euros necessário­s, estão previstos 62 milhões, etc., etc.

“Aposta nos profission­ais de saúde”, mas continua a subfinanci­ar o SNS, não o dotando dos recursos que necessita. É mais uma promessa feita aos partidos que o apoiaram para não cumprir. É uma vergonha que se continue a ver portuguese­s às 6 horas da manhã numa bicha para ter uma consulta num Centro de Saúde. É assim que o ministro das Finanças reduz o défice e dívida publica. É importante que os partidos que defendem o SNS consigam alterar o OE-2022 para defesa da saúde dos portuguese­s.

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