29 menores em redes de tráfico
RELATÓRIO Crianças de Angola destinadas à adoção e servidão doméstica
Mesmo com as fronteiras fechadas durante boa parte do ano devido à pandemia, as autoridades policiais sinalizaram 29 menores como “presumíveis vítimas de tráfico” em 2020, divulgou ontem o Observatório de Tráfico d e S e r e s Humanos ( OTSH) no relatório anual. Em cada um dos dois anos anteriores (2018 e 2019) tinham sido 30 os menores sinalizados pelas polícias portuguesas, pelo que a redução – menos um registo – é considerada pelo organismo como um “decréscimo não representativo”.
Segundo o OTSH, deste total apenas seis casos foram considerados válidos e destes, só cinco estão a ser alvo de investigação. “As presumíveis vítimas
LIMITAÇÕES NOS VOOS LEVARAM A QUEDA NO TOTAL DE VÍTIMAS EM 2020
são principalmente do sexo feminino (4). A média de idade é de 12 anos. A totalidade das presumíveis vítimas é oriunda de países africanos, com destaque para nacionais de Angola (4)”. Três tinham como destino Portugal e outras duas estavam em trânsito para outros países, onde seriam adotadas à margem das regras ou vítimas de “servidão doméstica.”
O documento do OTSH indica que no ano passado foram sinalizadas um total de 229 situações relacionadas com o tráfico de seres humanos em Portugal, menos 52 registos em relação a 2019, quando se verificaram 281 sinalizações. O documento sustenta que neste decréscimo "não será de ignorar as medidas de confinamento/restrição à mobilidade em todo o mundo, para além da interdição do tráfego aéreo com destino e a partir de Portugal de todos os voos de e para países que não integram a União Europeia, com determinadas exceções, nomeadamente os países de expressão oficial portuguesa".
O OTSH destaca que maior parte das vítimas das redes de tráfico são homens, maioritariamente asiáticos, que acabam em explorações agrícolas.