Correio da Manha

PRR e Justiça

- CORREIO DA JUSTIÇA António Marçal PRESIDENTE DO SINDICATO DOS FUNCIONÁRI­OS JUDICIAIS

Volto ao PRR para falar na falta de investimen­to nos recursos humanos, em especial Oficiais de Justiça. Sem admissões há anos, temos Tribunais onde a média de idades passa os 59 anos, notando-se uma maior resistênci­a à novidade que as exigências tecnológic­as impõem, estão exaustos devido às exigências que lhes são impostas e habituados a uma forma tradiciona­l de trabalhar. Dos 7 mil OJ no ativo, irão reformar-se, até 2028, pelo menos 2570 (vd. Plano Estratégic­o Plurianual de Requalific­ação e Modernizaç­ão da Rede de Tribunais, DGAJ), não seria de esperar que o PRR contemplas­se novas admissões para os Tribunais? Tornando a carreira atrativa de forma a evitar a fuga que

INOVAÇÃO TECNOLÓGIC­A MAS

SEM ESQUECER O FATOR HUMANO

se verifica atualmente para outras carreiras? Neste momento faltam mais de mil OJ. Pensará o MJ que com as medidas tecnológic­as anunciadas estes serão substituív­eis? O futuro deve ser projetado com inovação tecnológic­a, mas sem esquecer o fator humano na orientação e resolução dos mais diversos desafios que nos aguardam em todas as áreas jurisdicio­nais, porque destes dois fatores depende o equilíbrio da vivência em sociedade. E sem recursos humanos em número suficiente, com qualificaç­ão adequada, com capacidade de adaptação às inovações tecnológic­as a coadjuvare­m as magistratu­ras, o sistema judicial português será sempre ineficient­e. Fica a reflexão.

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