Transportadores pressionam Governo
REUNIÃO Pedro Nuno Santos e Mendonça Mendes chamam operadores para discutir solução que trave o aumento dos bens alimentares DISTRIBUIÇÃO Empresas recorrem a medidas criativas para evitarem repercutir custos nos consumidores
OGoverno quer encontrar rapidamente uma solução para travar o aumento dos combustíveis, antes que este se repercuta no preço dos bens alimentares. Por isso mesmo hoje haverá uma reunião decisiva entre a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.
As empresas de distribuição alimentar estão a tentar travar aumentos ao consumidor e muitas transportadoras estão em risco de fechar, pressionadas pelos custos dos fretes que não podem repercutir aos clientes. O aumento do preço dos combustíveis em cerca de dois cêntimos ontem veio agravar o quadro já difícil das transportadoras. “O risco é de falência”, admite ao CM o porta-voz da ANTRAM. Segundo André Matias Almeida, a ANTRAM aceita que as medidas possam ser “extraordinárias”, ou seja, só vigorem enquanto os preços se mantiverem elevados. Entre as propostas que a associação vai entregar ao Governo contam-se uma diferenciação positiva em sede de Imposto Único de Circulação ( IUC) e a isenção do pagamento de mais-valias no caso de reinvestimento nas frotas. A distribuição tem respondido ao aumento dos combustíveis comum conjunto de medidas criativas mas“há uma grande pressão em toda a cadeia de valor [para subir preços]”, afirma ao CM o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
“Estamos a dar prémios todos os meses aos motoristas que gastem menos gasóleo”, exemplifica Gonçalo Lobo Xavier. Outra das medida sé a circulação dos camiões sempre com mercadorias. Até agora, a distribuição tem conseguido acomodar os aumentos dos combustíveis, mas a margem de manobra está a diminuir. Recorde-se que, na sexta-feira, por ordem direta de António Costa, o Governo desceu os preços em dois cêntimos (gasolina) e um cêntimo (gasóleo).
HÁ EMPRESAS QUE CORREM O RISCO DE FALIR, ALERTA ANTRAM