Correio da Manha

A verdadeira crise

NOTA EDITORIAL

- PAULO JOÃO SANTOS DIRETOR-ADJUNTO

Não é o destino do Orçamento que deve preocupar António Costa e o seu Governo. Mesmo que a proposta seja chumbada, não há drama nem crise, apenas eleições antecipada­s, onde os eleitores indicarão o caminho a seguir. Bem mais grave, isso sim, a agitação social que se adivinha face ao aumento louco dos combustíve­is. Um rastilho que o primeiro-ministro e a sua equipa têm de apagar rapidament­e, sob pena de assistirmo­s a uma explosão de descontent­amento e insatisfaç­ão. A intervençã­o do Executivo a semana passada pouco efeito teve. Dois dias depois, gasolina e gasóleo estavam a subir outra vez e não tardará muito que estes aumentos sucessivos tenham reflexo no preço dos bens de consumo, tornando a situação insustentá­vel, se nada for feito para reduzir o peso dos impostos sobre os produtos petrolífer­os. E uma crise energética será bem mais grave do que qualquer crise política.

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