A verdadeira crise
NOTA EDITORIAL
Não é o destino do Orçamento que deve preocupar António Costa e o seu Governo. Mesmo que a proposta seja chumbada, não há drama nem crise, apenas eleições antecipadas, onde os eleitores indicarão o caminho a seguir. Bem mais grave, isso sim, a agitação social que se adivinha face ao aumento louco dos combustíveis. Um rastilho que o primeiro-ministro e a sua equipa têm de apagar rapidamente, sob pena de assistirmos a uma explosão de descontentamento e insatisfação. A intervenção do Executivo a semana passada pouco efeito teve. Dois dias depois, gasolina e gasóleo estavam a subir outra vez e não tardará muito que estes aumentos sucessivos tenham reflexo no preço dos bens de consumo, tornando a situação insustentável, se nada for feito para reduzir o peso dos impostos sobre os produtos petrolíferos. E uma crise energética será bem mais grave do que qualquer crise política.