Correio da Manha

Ameaçam suicidar-se no Museu do Prado

PROTESTO Sobreviven­tes do envenename­nto com óleo de colza, na década de 80, dizem-se “abandonado­s e humilhados” pelo governo

- RICARDO RAMOS

Seis sobreviven­tes do envenename­nto com óleo de colza em Espanha na década de 80 ocuparam ontem uma das mais famosas galerias do Museu do Prado, em Madrid, e ameaçaram suicidar-se se não fossem recebidos pelo PM Pedro Sánchez, que acusam de os “humilhar” e “abandonar”. O protesto durou cerca de duas horas e os manifestan­tes acabaram por ser removidos pacificame­nte pela polícia.

MANIFESTAN­TES EXIGIRAM SER RECEBIDOS PELO PM PEDRO SÁNCHEZ

Os ativistas, todos membros da plataforma Continuamo­s Vivos, entraram no Prado às primeiras horas da manhã e dirigiram-se à sala onde está exposto o quadro ‘As Meninas’, de Diego Velásquez, onde desenrolar­am um cartaz de protesto. Confrontad­os pela segurança, ameaçaram “tomar comprimido­s para morrer” se não fossem recebidos por Sánchez no prazo de seis horas. Viveram-se momentos de alguma tensão com a chegada da polícia e dois dos manifestan­tes acabaram por ser detidos, altura em que os restantes aceitaram abandonar a sala. O governo não comentou o protesto, que visou chamar a atenção para o drama das milhares de pessoas que, quarenta anos depois, continuam a sofrer com as graves sequelas do envenename­nto. O caso remonta a 1981, quando mais de 300 pessoas morreram e dezenas de milhares de outras sofreram graves consequênc­ias de saúde após consumirem óleo de colza adulterado para uso industrial, que f oi vendido a o públi c o sem qualquer controlo. Apenas dois dos 26 acusados foram condenados.

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Vítimas dizem ter sido abandonada­s e esquecidas pelo governo

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