ANTECIPADOS 305 MILHÕES €
CONTAS FC Porto já abdicou de quatro temporadas inteiras; Benfica cedeu metade do contrato que tem a receber até 2026; Sporting hipotecou a totalidade do valor dos próximos dois anos
Os três grandes já anteciparam o recebimento de 305 milhões de euros dos diretos televisivos a que tinham direito até junho de 2026. Para isso aceitaram pagar juros que ascendem, no mínimo, a 59 milhões de euros.
Há muito tempo que Benfica, FC Porto e Sporting recebem dinheiro a que só deveriam ter acesso mais tarde para abater outras dívidas ou para resolver a falta de liquidez no curto prazo. Os contratos em vigor, por exemplo, foram realizados há mais de três anos e meio.
Em fevereiro de 2018, o Benfica cedeu pela primeira vez créditos futuros relativos ao contrato com a NOS e no ano seguinte fez uma segunda operação desse género. O objetivo foi reduzir a dívida à banca e outras instituições financeiras, pagando menos juros.
Nas cinco épocas até junho de 2026, os encarnados teriam direito a 213,5 M € dos direitos televisivos e da BTV, mas anteciparam metade desse montante. Para receber esses 106,75 M €, pagaram juros que ascendem a 25 M €, apurou o CM, o que dá um resultado líquido de aproximadamente 82 M €.
O FC Porto tem optado por uma estratégia diferente: várias operações de ‘factoring’ ao longo do tempo. A mais relevante remonta a maio de 2018 e entretanto o capital envolvido foi reforçado. À data de hoje, os dragões abdicaram dos direitos pela transmissão dos seus jogos até agosto de 2025. São 140 M €, pelos quais os dragões pagaram pelo menos 26,5 M € em juros. Só recebem 113,5 M € e nestas contas não entram outras antecipações relativas à publicidade nas camisolas e ao Porto Canal até agosto de 2024.
Qu a n t o a o S p o r t i n g , t e m 58,9 M € antecipados só de direitos televisivos futuros. Como nesta época e na próxima os leões eram credores de 59 M € do contrato com o NOS, na prática abdicaram dos valores até junho de 2023 e vão pagar 7,5 M € de juros pela antecipação.
JUROS DAS OPERAÇÕES ASCENDEM A UM MÍNIMO DE 59 MILHÕES DE EUROS