50 doentes esperam horas para ter camas
INTERNAMENTO Muitos aguardam por vagas em macas e cadeiras de rodas ou de plástico GRAVIDADE Enfermeiros alertam que o problema põe em causa a assistência aos utentes
Cerca de 50 doentes, com ordem para internamento, esperaram ontem várias horas na sala de espera do serviço de Observação da Urgência do Hospital de Faro. Houve quem aguardasse uma noite e uma manhã inteira em cadeiras de rodas, em macas, e quem esperasse, sentado, em assentos de plástico. A espera durou até que houvesse uma cama vaga no serviço onde iria ser internado.
A situação mais dramática ocorreu durante a manhã: só havia quatro enfermeiros para
QUATRO ENFERMEIROS CUIDARAM DE DEZENAS DE DOENTES EM ESPERA
tratar as dezenas de doentes que aguardavam por uma vaga. Desde setembro que o Serviço de Observação tem uma média diária de 45 pessoas internadas. “São doentes com diagnóstico e plano de tratamento que estão em macas, cadeiras de plástico e cadeiras de rodas, mas que deveriam estar em enfermarias”, lamentou ao CM Tatiana Oliveira, do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal.
De acordo com a profissional, “não há camas nem macas para os doentes e alguns têm de ficar na sala de espera”, o que significa “uma sobrecarga para os profissionais de saúde, pondo em causa a assistência aos doentes ” . Al é m da f a l t a de meios humanos, não há “espaço físico nem equipamentos”.
Ao CM, Horácio Guerreiro, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, reconhece a “falta de disponibilidade nas enfermarias”, mas garante que está a ser feito um esforço para “aumentar o número de camas”. O clínico defende a criação “de um hospital central”, no Algarve, com 500 camas de internamento.