A margem e o futuro
AUTAO trouxe para a mesa do debate um número que nos abre outra perspetiva sobre o OE para 2022. O fim das medidas de combate à Covid-19 libertam quase 3 mil milhões de euros. Em que é que isto pode mudar as negociações entre PS e a esquerda? Em muito pouco. O principal dilema do PS e de Costa é aceitar um recuo de anos em reformas que foram consideradas estruturais para o País de olho na simples viabilização do Orçamento do Estado. Faz sentido colocar em causa os encargos futuros da Segurança Social acabando com o fator de sustentabilidade?
O busílis da negociação orçamental é político: o PS
O BUSÍLIS DA NEGOCIAÇÃO ORÇAMENTAL É
POLÍTICO
perderá margem perante as instituições internacionais se aceitar passar as linhas vermelhas que traçou em seis anos de governação. Todos têm pedido estabilidade laboral num período de retoma, incluindo o governador do Banco de Portugal.
E o que virá a seguir? Eleições antecipadas não são, propriamente, uma inovação na democracia portuguesa. A questão é o resultado que delas poderá sair: conseguiria o PS um resultado que o libertasse da restante esquerda? Conseguiria o PSD formar maioria? Ou rumaríamos ao impasse. Daí que a quadratura do círculo tenha sido sempre um problema clássico da Geometria.