DESCE DAVE CHAPPELLE
Francisco José Viegas
Georges Brassens (1921-1981) deitava-se cedo e levantava-se cedo – um hábito que adquiriu durante a guerra, quando Paris estava sem eletricidade. Expulso do liceu na sua cidade-natal (um belo porto mediterrânico), e enviado para a Alemanha durante a Ocupação, foi como autodidata que entrou no mundo da música e da literatura, aprendendo versificação ao ler Victor Hugo, Villon, Baudelaire ou Verlaine. Cantou-os a todos (e a Aragon), além das suas próprias composições. O tom foi sempre esse: um cantor libertário e com passado anarquista; versos cheios de ironia, sarcasmo, mas também de uma doce e nunca perdida melancolia. Brassens é um dos meus cantores preferidos e imagino-o sentado no palco, com a guitarra e o bigode que