Professores precisam de 34 anos até ao topo
DOCENTES Portugal ocupa o 18º lugar na Europa no salário bruto anual no início da carreira
Os professores portugueses não são dos mais mal pagos na Europa, mas são dos que mais anos têm de trabalhar para conseguirem chegar ao salário máximo, de acordo com a progressão na carreira. Em média, um docente só atinge o topo da carreira salarial ao fim de 34 anos de trabalho, revela o relatório ‘Teachers’ and School Heads’ Salaries and Allowances in Europe 2019/20’, da rede Eurydice. Nos Países Baixos, por exemplo, bastam 18 anos de trabalho para atingir o topo. No que respeita ao valor do salário bruto no início da carreira, Portugal ocupa o 18º lugar entre 36 países.
No entanto, e ao contrário do que acontece noutros países, os professores em Portugal demoram muito mais tempo a ter melhorias salariais. Nos Países Baixos, o salário de início de carreira cresce 75% ao fim de 15 anos e até 104% nos anos seguintes. Portugal é o país onde o vencimento no topo da carreira tem a maior diferença face ao de início da profissão: 115,9%.
Nalguns países, o ordenado dos professores varia em função do ciclo em que lecionam.
Em Portugal, o salário depende dos anos de carreira e do escalão. Os dados respeitam ao ano letivo 2019/2020 e comparam a evolução salarial dos docentes nos últimos anos. Na maioria dos países analisados, os professores ganhavam mais em 2020 do que em 2015, com a Roménia na frente. Neste país, em cinco anos, o salário médio de um professor subiu 198%. Espanha, França e Itália também registam uma subida efetiva dos salários (4,5%, 3,2% e 2%, respetivamente).
Situação inversa em Portugal, já que o ordenado dos professores caiu 1,7%. A queda do poder de compra do setor foi maior no Luxemburgo (-11,6%) e na Bélgica (-1,8%).
EM CINCO ANOS O SALÁRIO DOS PROFESSORES BAIXOU 1,7 POR CENTO