Museus abrem guerra à censura de obras
INSÓLITO Viena recorre a plataforma de conteúdos para adultos para mostrar peças de arte rejeitadas pelo Facebook e TikTok ESCULTURA Vénus de Willendorf foi uma das obras censuradas
Cansados de ver obras de arte censuradas pelos algoritmos de redes sociais como Facebook, Instagram ou TikTok, os museus de Viena decidiram tomar uma medida inédita. Do Museu de História de Arte ao de História Natural, passando pelo Leopold e pelo Albertina, juntos decidiram criar conta na plataforma OnlyFans, conhecida pelos seus conteúdos para adultos, e através dela partilhar trabalhos que os mais puritanos poderão considerar demasiado explícitos.
Entre as peças partilhadas estão obras de artistas como Rubens, Egon Schiele, Koloman Moser, Richard Gerstl ou Amedeo Modigliani. Até a Vénus deWillendorf, aro liça esculturado Paleolítico com mais de 25 000 anos, considerada um símbolo da fertilidade, foi alvo da censura do Facebook em 2018. Mais tarde, a rede reconheceu o erro e pediu desculpas.
Em 2019, o Instagram disse que ‘Hélène Fourment embrulhada em peles’, de Rubens, era “contra as normas da comunidade”. Já em julho, o TikTok suspendeu a conta da Galeria Albertina depois da publicação de obras do fotógrafo japonês Nobuyoshi Araki que mostravam seios femininos.
“Observamos há vários anos a tendência preocupante de que publicações artísticas com nudez sejam bloqueadas ou eliminadas das redes sociais. O OnlyFans parecia o canal perfeito para destacar esse problema. Não tem problemas com a nudez”, explica Norbert Kettner, diretor do gabinete de Turismo de Viena, que apoia a iniciativa, sublinhando que o objetivo é “inspirar uma discussão sobre a censura nas artes”.
EM 2019, UMA OBRA DO PINTOR RUBENS FOI APAGADA DO INSTAGRAM