Divórcio da esquerda empurra para eleições
SITUAÇÃO SOLUÇÃO Chumbo do BE e do PCP ao Orçamento do Estado para 2022 conduz País para eleições legislativas antecipadas Costa pediu a ministros para analisarem outra vez o Orçamento, para avaliar se ainda é possível evitar a crise
Ochumbo do Orçamento do Estado (OE) pelo BE e pelo PCP está a empurrar o País para a realização de eleições legislativas antecipadas. No Governo, o cenário de eleições, no início de 2022, é encarado como inevitável, dada a forma expressiva como os parceiros de esquerda assumiram que irão votar contra o OE para 2022. A crise política foi o tema central da reunião extraordinária do Conselho de Ministros de ontem à noite, na qual António Costa pretendeu avaliar se ainda é possível salvar o OE e o que fará o Executivo, se não houver margem financeira para fazer mais cedências ao BE e ao PCP.
CONSELHO DE MINISTROS EXTRAORDINÁRIO REUNIU-SE ONTEM À NOITE
O primeiro-ministro terá pedido aos ministros para analisarem outra vez o OE para 2022. Costa estará disponível para fazer um último esforço que permita obter a aprovação do OE, desde que não seja posto em causa o princípio que tem defendido de que “as contas têm de estar certas.”
Apesar de haver ainda uma réstia de esperança, o primeiro-ministro terá querido também ouvir os ministros sobre a posição que o Governo tomará, caso o OE seja chumbado. Na reunião do Conselho de Ministros, terão sido analisados vários cenários resultantes da eventual reprovação do OE, e as consequências que tal trará para a continuação do próprio António Costa à frente do Executivo. A possibilidade de o primeiro-ministro apresentar imediatamente a sua demissão ao Presidente da República foi uma das opções em cima da mesa. A intenção do Governo será transmitir aos portugueses a mensagem de que quer fazer parte da solução de um eventual problema resultante do chumbo do Orçamento e não ser parte do problema. As próximas horas são decisivas para salvar o País de uma crise política que conduzirá a eleições antecipadas.