“Seria um golpe de mágica” chegar a acordo com o Governo
Desta vez, o PCP não deu a mão ao Governo. O secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, anunciou ontem que, “face ao quadro de compromissos e sinais dados [pelo Executivo], o PCP votará contra este Orçamento”. Mudar este cenário e chegar a acordo com o Governo nas 48 horas que faltam até à votação “seria quase um golpe de mágica”, sublinhou Jerónimo, que disse não acreditar “em bruxas”
Jerónimo confessa que o partido “foi até ao limite” e “foram meses de negociações”. “Ainda no sábado, foram largas horas na procura de soluções” para concluir que não houve avanços: “O Governo não nos quis acompanhar. O nosso esforço não encontrou eco.”
Questionado sobre o cenário eventual de eleições legislativas antecipadas, Jerónimo atirou: “Ainda bem que existe esse direito inalienável.” Para a seguir voltar a defender o aumento dos salários. “Não há futuro para um país com baixos salários”, sustentou, explicando que a recusa do Governo em atender a esta questão é um “obstáculo intransponível”. Quanto à revogação da caducidade da contratação coletiva, reivindicada pelo PCP, Jerónimo defende que não representa “custos” para o OE, lembrando que com o fim dos contratos coletivos “ficam em causa um conjunto de direitos”. E criticou o Governo de propagandear o PRR: “Venham os milhões, faça-se isso.”
COMUNISTAS VÃO VOTAR CONTRA O ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2022