Correio da Manha

Rio quer adiar eleições diretas

PROPOSTA social-democrata pondera convocar conselho nacional extraordin­ário NEGA Conselheir­os já rejeitaram adiamento

- SALOMÉ PINTO

Apesar de já ter enfrentado o chumbo dos seus conselheir­os nacionais à proposta de adiamento das diretas do PSD, o atual presidente social-democrata, Rui Rio, pondera convocar um conselho nacional extraordin­ário e levar novamente a votos a prorrogaçã­o das eleições internas, caso o Orçamento seja chumbado e consequent­emente haja legislativ­as antecipada­s. O objetivo de Rio é candidatar-se a primeiro-ministro e evitar ir a legislativ­as com um PSD dividido.

No último conselho nacional, Rio foi acusado de estar “sentado à espera da queda do Governo” ao sugerir o adiamento das diretas. Porém, os desenvolvi­mentos dos últimos dias com o anúncio do chumbo do Orçamento por BE e PCP deram razão ao líder laranja. Resta saber se Rio, que ontem esteve em silêncio, avança mesmo com o adiamento das diretas marcadas para 4 de dezembro e, caso o faça, se terá, desta vez, acolhiment­o num conselho nacional extraordin­ário. Foi nesse sentido que o presidente do conselho de jurisdição do

PSD, Paulo Mota Pinto, pediu ontem “reflexão”, palavras que foram ouvidas pelos militantes como uma indireta: seria uma “irresponsa­bilidade” o PSD discutir agora a liderança, mergulhado numa campanha interna dura, que acabaria por prejudicar a imagem do PSD .

Mas enquanto a ala de Rio vai pedindo “responsabi­lidade”, o adversário do atual presidente e recandidat­o à liderança do PSD, Paulo Rangel, mantém-se firme

MARCELO PODE ATIRAR AS ELEIÇÕES PARA FEVEREIRO OU ATÉ MARÇO

na sua posição: tem de haver diretas para “legitimar” o líder que for a eleições.

O Presidente da República ciente de que o PSD pode mesmo vir a disputar a sua liderança em dezembro, o que poderia dificultar a escolha das listas a apresentar a eleições legislativ­as, poderá dar uma ajuda e esticar os prazos para a convocatór­ia das eleições que em vez de se realizarem em janeiro poderiam ocorrer em fevereiro ou até março.

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Do lado de Rio é pedida “responsabi­lidade”, enquanto Rangel defende as diretas para “legitimar” o líder que for a eleições

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