Correio da Manha

Harry Potter não apareceu

- EDUARDO DÂMASO DIRETOR REVISTA ‘SÁBADO’

António Costa deixou claro o seu propósito no início do debate. Tentou evitar o chumbo na generalida­de e levar o documento à discussão na especialid­ade. E clarificou: não se demite e será outra vez candidato a primeiro-ministro. Também deixou a narrativa que o guiará para atacar os velhos parceiros de geringonça em campanha eleitoral. O BE centra os seus interesses negociais em matérias que não fazem parte do Orçamento, como a lei do trabalho e algumas regras do SNS. O PCP conseguiu uma parte de leão nas negociaçõe­s, com impacto para a esmagadora maioria dos

JERÓNIMO FICOU A SABER COM QUE ARTILHARIA

VAI SER ATACADO

portuguese­s, em matéria de pensões, impostos, gratuidade das creches e salário mínimo, entre outras. “Ninguém lá fora vai compreende­r a vossa posição”, disse Costa num tom de quem te avisa teu amigo é. Mas como nisto da política funciona o velho ditado de ‘amigos, amigos, negócios à parte’, Jerónimo também ficou a saber com que artilharia vai ser atacado. Resumindo, ontem, quando alguns esperavam magia, o espetáculo falhou. Não houve magia negra, nem Harry Potter, o mago do Bem, apareceu no Parlamento para salvar este Orçamento. A crise segue dentro de momentos.

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