Harry Potter não apareceu
António Costa deixou claro o seu propósito no início do debate. Tentou evitar o chumbo na generalidade e levar o documento à discussão na especialidade. E clarificou: não se demite e será outra vez candidato a primeiro-ministro. Também deixou a narrativa que o guiará para atacar os velhos parceiros de geringonça em campanha eleitoral. O BE centra os seus interesses negociais em matérias que não fazem parte do Orçamento, como a lei do trabalho e algumas regras do SNS. O PCP conseguiu uma parte de leão nas negociações, com impacto para a esmagadora maioria dos
JERÓNIMO FICOU A SABER COM QUE ARTILHARIA
VAI SER ATACADO
portugueses, em matéria de pensões, impostos, gratuidade das creches e salário mínimo, entre outras. “Ninguém lá fora vai compreender a vossa posição”, disse Costa num tom de quem te avisa teu amigo é. Mas como nisto da política funciona o velho ditado de ‘amigos, amigos, negócios à parte’, Jerónimo também ficou a saber com que artilharia vai ser atacado. Resumindo, ontem, quando alguns esperavam magia, o espetáculo falhou. Não houve magia negra, nem Harry Potter, o mago do Bem, apareceu no Parlamento para salvar este Orçamento. A crise segue dentro de momentos.