Correio da Manha

“Tinha o machado na mão e mandei”

CRIME Joaquim Teixeira deu golpe na cabeça de Maria Deolinda no Natal de 2020 JULGAMENTO Filhos confirmam violência do pai contra a mãe

- PAULO JORGE DUARTE

Joaquim Teixeira, acusado de ter matado a mulher com um machado, em Arouca, no Natal de 2020, negou, no Tribunal de Santa Maria da Feira, ter desferido o golpe na cabeça de Maria Deolinda Silva com intenção de a matar. “Perdi a cabeça. Estava tresloucad­o. Tinha o machado na mão e mandei”, afirmou. Disse ter sido agredido pela vítima várias vezes. O casal, emigrado em França, passava por um divórcio tumultuoso. Segundo a acu

FAMÍLIA DA VÍTIMA MARCOU PRESENÇA NO JULGAMENTO

sação, a mulher era vítima de violência doméstica, por causa dos ciúmes de Joaquim. Os dois filhos, de 20 e 31 anos, confirmara­m que o pai fora, desde sempre, ciumento e violento.

Cerca de duas dezenas de familiares, entre eles seis dos oito irmãos da vítima, marcaram presença no tribunal, com camisolas brancas com a foto de Maria Deolinda. “Não se pode tirar a vida a uma pessoa só porque se quer o divórcio. Estamos aqui porque queremos que a Justiça funcione”, disse ao CM Fernando Silva, irmão da vítima. “Desde a morte da nossa irmã que passamos uma fase muito difícil e de dor. Queremos justiça pelo que ele fez à minha irmã, queremos que seja condenado à pena máxima”, acrescento­u Gorete Silva, uma das irmãs de Maria Deolinda.

A vítima ainda foi levada para o Hospital de Gaia, onde esteve em coma onze dias. Não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu a 1 de janeiro.

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Irmãos de Maria Deolinda usaram t-shirt com a foto da vítima
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Joaquim Teixeira chegou algemado

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