Correio da Manha

Empresário nega burlas com chip

CRIME Empresário prometia invenção para detetar o cancro

- DAVID MONTEIRO

Oempresári­o de 63 anos acusado de burlas no valor de 348 mil euros na venda de ações de uma empresa que estaria a desenvolve­r um chip injetável para detetar o cancro voltou ontem a negar, no Tribunal de São João Novo, no Porto, a prática dos crimes.

“Eu não enganei ninguém nem falsifique­i nada. Vendi apenas o que era meu e isso está documentad­o. Tudo isto é um ultraje. Não há nenhuma patente de algo que não existe”, referiu António Coelho.

Sobre o chip que alegadamen­te permitia descobrir precocemen­te a doença, o empresário voltou a defender que o “projeto” continua em curso.

“Era um projeto de longa duração e a venda da patente era a única forma de conseguirm­os lucros rápidos. Além disso, disse que a cotação em Bolsa era apenas uma possibilid­ade. O que é certo é que o projeto continua a ser desenvolvi­do em Espanha”, afirmou ao coletivo de juízes.

De acordo com a acusação, entre 2011 e 2014, o empresário burlou quatro pessoas, entre as quais dois médicos cirurgiões.

Durante as alegações finais, a defesa de um dos lesados, além de pedir a condenação a uma pena de prisão efetiva, referiu que o empresário “é alguém com competênci­as surreais” porque não se limitou a burlar “nenhum idoso nem um analfabeto”.

Já o Ministério Público alegou que uma vez que o projeto está a ser desenvolvi­do há mais de 10 anos “era extremamen­te simples comprovar a sua existência através dos médicos e engenheiro­s, mas não foi isso que o arguido fez”.

MÉDICOS CIRURGIÕES ENTRE OS LESADOS. ARGUIDO JUSTIFICA-SE

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António Coelho voltou ao tribunal e refuta acusações. Disse ao coletivo de juízes que o projeto continua em curso

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