Empresário nega burlas com chip
CRIME Empresário prometia invenção para detetar o cancro
Oempresário de 63 anos acusado de burlas no valor de 348 mil euros na venda de ações de uma empresa que estaria a desenvolver um chip injetável para detetar o cancro voltou ontem a negar, no Tribunal de São João Novo, no Porto, a prática dos crimes.
“Eu não enganei ninguém nem falsifiquei nada. Vendi apenas o que era meu e isso está documentado. Tudo isto é um ultraje. Não há nenhuma patente de algo que não existe”, referiu António Coelho.
Sobre o chip que alegadamente permitia descobrir precocemente a doença, o empresário voltou a defender que o “projeto” continua em curso.
“Era um projeto de longa duração e a venda da patente era a única forma de conseguirmos lucros rápidos. Além disso, disse que a cotação em Bolsa era apenas uma possibilidade. O que é certo é que o projeto continua a ser desenvolvido em Espanha”, afirmou ao coletivo de juízes.
De acordo com a acusação, entre 2011 e 2014, o empresário burlou quatro pessoas, entre as quais dois médicos cirurgiões.
Durante as alegações finais, a defesa de um dos lesados, além de pedir a condenação a uma pena de prisão efetiva, referiu que o empresário “é alguém com competências surreais” porque não se limitou a burlar “nenhum idoso nem um analfabeto”.
Já o Ministério Público alegou que uma vez que o projeto está a ser desenvolvido há mais de 10 anos “era extremamente simples comprovar a sua existência através dos médicos e engenheiros, mas não foi isso que o arguido fez”.
MÉDICOS CIRURGIÕES ENTRE OS LESADOS. ARGUIDO JUSTIFICA-SE