Resgatar a mudança
Acaminho das oitavas eleições Legislativas antecipadas em 14 legislaturas, a política portuguesa precisa de mudar de sistema eleitoral e fixar ciclos mais eficazes de melhoria das condições de vida das pessoas. Não se pode estar sempre a resvalar para o pântano, por falta de relação fiável entre os eleitos e os eleitores. Fora os líderes partidários, os deputados da Assembleia da República não têm suporte para a iniciativa política. Viu-se no debate do OE 2022 que até a hipótese do voto favorável dos eleitos PSD-Madeira teve como única expressão pública declarações do presidente da Região Autónoma, sem assento em São Bento. A representação máxima dos cidadãos não pode ser assim menosprezada.
O problema não está nos partidos. Os que têm representação parlamentar e os outros reúnem patrimónios de ideologia, valores humanos e prática política que suscitam o apoio de cidadãos. A realidade do não voto mais neste partido, risco-me de militante do outro e não perco tempo a votar expressa, sobretudo, a desilusão do eleitor que só tem direito a pôr uma cruz à frente do nome de um partido e o escrutínio responde-lhe com uma relação vaga.
Em 14 legislaturas, apenas seis chegaram ao fim e só uma delas repetiu maioria consecutiva da mesma cor. Foi no consulado de Cavaco Silva, pouco prestigiante para a Assembleia da República. Para melhorar a política torna-se urgente enriquecer a participação democrática de eleitores e eleitos. A escolha pessoal de deputados em círculos uninominais é o passo em frente a concretizar. Há 24 anos na Constituição, a mudança tem de ser resgatada do imobilismo.
A POLÍTICA PORTUGUESA
PRECISA DE MUDAR DE SISTEMA ELEITORAL