Gestora de fortunas controla 188 milhões de Sobrinho
Álvaro Sobrinho, ex-líder do BESA, terá entregado à Akoya, sociedade gestora de fortunas da qual era acionista, a gestão de 188 milhões de euros Banqueiro é arguido no processo nº 244/11 e foi também apanhado no caso Monte Branco
Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola (BESA), terá entregado à Akoya, sociedade suíça gestora de fortunas da qual era acionista, a gestão de mais de 188 milhões de euros. O banqueiro terá tido este alegado património financeiro depositado em 27 contas bancárias na Suíça, no final de abril de 2012. Sobrinho está a ser investigado no processo nº 244/11, no qual é arguido, e foi apanhado também no inquérito do Monte Branco, no qual são arguidos três gestores da Akoya.
A revelação do alegado património financeiro de Sobrinho gerido pela Akoya consta num relatório elaborado pelo Fisco no inquérito do Monte Branco. O documento indica os nomes dos bancos, os números das contas bancárias, o beneficiário, o titular das contas e o valor dos saldos de cada conta. conta Algumas dessas contas bancárias seriam tituladas por sociedades offshore alegadamente controladas por Sobrinho: por exemplo, a Grunberg Investments e a Pineview Overseas e a Oralcom.
O cruzamento desse relatório da AT com outro documento do processo nº 244/11 que consta no caso Grupo Espírito Santo (GES) indica que a Oralcom, a Grunberg e a Pineview fazem parte do grupo de 15 offshore offshore, cujo último beneficiário será Sobrinho, que terão recebido transferências suspeitas de verbas com origem no BESA: entre 2007 e 2012, segundo esse documento, terão sido transferidos mais de 262,6 milhões de euros do BESA para contas bancárias dessas offshore na Suíça (ver infografia).
Sobrinho está a ser investigado, no processo nº 244/11, por suspeita de desvio de fundos do BESA, do qual foi presidente entre 2001 e o final de 2012 (ver texto ao lado). Nos inquéritos do Monte Branco e do GES há também referências a operações financeiras de Sobrinho.
A Akoya foi fundada, em 2009, na Suíça. Tinha como principais acionistas Sobrinho e Hélder Bataglia. A sociedade gestora de fortunas é um dos focos da investigação no inquérito do Monte Branco. Michel Canals, Nicolas Figueiredo e José Pinto, gestores da Akoya, são arguidos no processo. Em causa, está a alegada utilização da rede de branqueamento de capitais de Francisco Canas, cambista conhecido por ‘Zé das Medalhas’, para fazer circular dinheiro dos clientes.
RELATÓRIO DO FISCO REVELA PATRIMÓNIO FINANCEIRO EM GESTÃO