Guardas de Bolsonaro agridem jornalistas
ITÁLIA Três repórteres que acompanhavam viagem do presidente do Brasil a Roma foram alvo de seguranças JUSTIÇA Caso está a gerar polémica e senador pede intervenção do Ministério Público
Um grupo de jornalistas brasileiros que acompanhavam a visita de Jair Bolsonaro a Roma, Itália, foram hostilizados e agredidos pelos seguranças do chefe de Estado brasileiro durante uma caminhada no centro da capital italiana, no final da reunião do G20, que terminou domingo.
Depois de um primeiro incidente que envolveu a jornalista Ana Estela de Sousa Pinto, do jornal ‘Folha de São Paulo’, empurrada por um segurança frente à embaixada brasileira, outras agressões foram perpe
PROFISSIONAIS DO CANAL GLOBO, ‘FOLHA DE SÃO PAULO’ E UOL IMPLICADOS
tradas contra repórteres da Globo e do UOL. Leonardo Monteiro, da TV Globo, disse que, após fazer perguntas, enquanto o presidente andava, acompanhado por apoiantes, um segurança italiano deu-lhe um soco na barriga e imobilizou-o. Entretanto, um dos seguranças tirou e destruiu o telemóvel de Jamil Chade, do site
UOL, que filmou as agressões. De acordo com as informações mais recentes, no local estavam sete repórteres brasileiros. Três deles foram agredidos e denunciaram a situação nos respetivos órgãos de comunicação social.
O caso está a ser muito criticado no Brasil, até porque esta não é a primeira vez que o presidente do Brasil, membros do seu Governo ou apoiantes atacam a imprensa (ver caixa). O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, afirmou que “jornalismo é perguntar, e perguntar o que políticos não querem responder é ainda
mais jornalismo”. Já o senador Randolfe Rodrigues pediu ao Ministério Público Federal que investigue a conduta de Bolsonaro durante a viagem. A Associação Brasileira de Imprensa criticou o comportamento dos seguranças e classificou o presidente como um “troglodita”.