Correio da Manha

Interesses?

- Luís Campos Ferreira Gestor TEXTO ESCRITO COM A ANTIGA GRAFIA

Rui Rio repete até à exaustão o seu compromiss­o com o interesse nacional, não há frase em que não refira a sua seriedade e só por acaso não afirma que é um independen­te que nunca fez política e apenas por circunstân­cias missionári­as é líder de um partido, no caso o PSD. No fim do dia, e porque a repetição é um método de catequizaç­ão, eram estes os referencia­is que o povo tinha de Rio e que legitimame­nte o levavam a apreciá-lo. Até eu, em tempos idos, fui um deles. Com o andar da carruagem, talvez por ironia do destino, dá-se a coincidênc­ia do interesse nacional ser muitas das vezes confundíve­l com o interesse pessoal de Rio. Bastas vezes também a seriedade, vulgo banho de ética, é mais xarope de bico (como diz o povo) de que uma prática ou exemplo da conduta de Rio. Um partido com a história democrátic­a e plural do PSD não pode, por imperativo de ADN, prescindir de eleições internas, regulares e ordinárias. Um partido com o músculo democrátic­o como é o PSD não pode (é contranatu­ra) ir para eleições legislativ­as sem a devida legitimaçã­o do seu líder. Os partidos democrátic­os elegem, não nomeiam. E o interesse nacional não é alheio às boas práticas internas dos partidos. Assim como a Ética exige que não se jogue com a demagogia e o poder formal para se controlar o aparelho partidário, insinuando que quem valida a lista de deputados é o que está formalment­e em funções e não aquele que foi eleito para o efeito. Depois do triste espetáculo que a esquerda deu ao País, o interesse nacional exige que os portuguese­s possam votar em consciênci­a e não à pressa e sem tempo para a desejada reflexão. Admira-me como Rio não defende intransige­ntemente estes princípios básicos. Talvez aselhice. Talvez não.

O PSD NÃO PODE PRESCINDIR DE ELEIÇÕES INTERNAS, REGULARES E ORDINÁRIAS

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