Interesses?
Rui Rio repete até à exaustão o seu compromisso com o interesse nacional, não há frase em que não refira a sua seriedade e só por acaso não afirma que é um independente que nunca fez política e apenas por circunstâncias missionárias é líder de um partido, no caso o PSD. No fim do dia, e porque a repetição é um método de catequização, eram estes os referenciais que o povo tinha de Rio e que legitimamente o levavam a apreciá-lo. Até eu, em tempos idos, fui um deles. Com o andar da carruagem, talvez por ironia do destino, dá-se a coincidência do interesse nacional ser muitas das vezes confundível com o interesse pessoal de Rio. Bastas vezes também a seriedade, vulgo banho de ética, é mais xarope de bico (como diz o povo) de que uma prática ou exemplo da conduta de Rio. Um partido com a história democrática e plural do PSD não pode, por imperativo de ADN, prescindir de eleições internas, regulares e ordinárias. Um partido com o músculo democrático como é o PSD não pode (é contranatura) ir para eleições legislativas sem a devida legitimação do seu líder. Os partidos democráticos elegem, não nomeiam. E o interesse nacional não é alheio às boas práticas internas dos partidos. Assim como a Ética exige que não se jogue com a demagogia e o poder formal para se controlar o aparelho partidário, insinuando que quem valida a lista de deputados é o que está formalmente em funções e não aquele que foi eleito para o efeito. Depois do triste espetáculo que a esquerda deu ao País, o interesse nacional exige que os portugueses possam votar em consciência e não à pressa e sem tempo para a desejada reflexão. Admira-me como Rio não defende intransigentemente estes princípios básicos. Talvez aselhice. Talvez não.
O PSD NÃO PODE PRESCINDIR DE ELEIÇÕES INTERNAS, REGULARES E ORDINÁRIAS