SOBE GONÇALO M. MARTINS
ONovo Banco vai tomar a posição acionista (3,28%) detida por Luís Filipe Vieira na SAD do Benfica. Esta será a consequência inevitável do processo de execução que entrou no sábado no juízo de execução de Lisboa no valor de 7 562 267,18 euros contra o ex-presidente do Benfica, a sua mulher, o seu sócio, Manuel Almerindo Duarte, e contra a empresa Promovalor.
Recorde-se que a instituição financeira liderada por António Ramalho já tinha arrestado vários bens pessoais de Vieira (entre os quais a sua participação no Benfica) para garantir o pagamento de 7,5 milhões de euros de juros da empresa Promovalor, que não integraram o processo de reestruturação da dívida feito pela empresa C2
Capital Partners de Nuno Gaioso Ribeiro. O pagamento destes juros estava suportado por uma livrança assinada pelo casal Vieira que podia ser executada em qualquer altura. Foi o que aconteceu agora.
Segundo apurou o CM, o banco considera que, com Vieira fora da presidência do Benfica e com a manifestação pública de que tencionava vender as ações que tinha no clube, aumentou substancialmente o risco de incumprimento daquela garantia.
Como Vieira não tem dinheiro para pagar os 7,5 milhões da livrança, serão executados todos os seus bens (e da mulher), entre eles as 753 615 ações da SAD benfiquista que, à cotação de ontem, valiam cerca de quatro milhões de euros, muito abaixo do crédito em dívida.
AÇÕES VALIAM ONTEM CERCA DE QUATRO MILHÕES DE EUROS
A intenção do banco no final do processo de execução não é ficar na estrutura acionista da SAD, mas antes vender a participação, apurou o CM. Existem instruções severas do Banco Central Europeu (BCE) que li
mitam os negócios entre bancos e as SAD do futebol.
No caso de venda, a SAD encarnada tem a possibilidade de exercer o direito de preferência nas circunstâncias definidas pela instituição financeira.