“Entregava jovens para abusos sexuais”
TRIBUNAL Socialite Ghislaine Maxwell começou a ser julgada por tráfico sexual de menores e incentivo à prostituição CRIMES Acusada de recrutar vítimas para a rede de Jeffrey Epstein
Ghislaine Maxwell, ex-namorada do magnata Jeffrey Epstein, que foi detido por pedofilia e morreu na cadeia em 2019, começou ontem a ser julgada em Nova Iorque por oito crimes, incluindo tráfico sexual de menores, incentivo à prostituição, conspiração para tráfico sexual e perjúrio. Pode apanhar até 80 anos de prisão se for considerada culpada.
“Perseguia jovens vulneráveis, manipulava-as e entregava-as para serem abusadas sexualmente”, disse ontem a procuradora Lara Pomerantz no arranque do julgamento. A socialite britânica, de 59 anos, é acusada de recrutar raparigas, algumas com 14 anos, para a casa de Epstein, onde eram vítimas de abusos sexuais. Segundo a acusação, Ghislaine Maxwell assistiu aos abusos e terá mesmo participado.
Herdeira do magnata britânico da comunicação social Robert Maxwell, Ghislaine foi detida em julho de 2020 e está desde então na prisão de Brooklyn. Já lhe foram negados vários pedidos de fiança por apresentar um risco extremo de fuga. Declarou-se inocente e a defesa alega que está a ser usada como bode expiatório pela acusação por não ter conseguido levar Epstein a julgamento.
Já a acusação diz que foi Maxwell a recrutar as jovens. Entre 1994 e 2004, a socialite enviou presentes, como lingerie, e falou sobre sexo com as raparigas para ganhar a sua confiança, antes de as encorajar a fazer massagens eróticas a Epstein enquanto estavam nuas ou parcialmente nuas. O magnata masturbava-se ou tocava nos órgãos genitais das raparigas. Como compensação, as jovens recebiam dinheiro ou viagens. Nalguns casos foram pagas despesas de educação. “As vítimas sentiram-se em dívida e acreditaram que Maxwell e Epstein estavam a tentar ajudá-las”, escreve a acusação. O julgamento deverá durar seis semanas.
ENCORAJAVA AS VÍTIMAS A FAZEREM MASSAGENS ERÓTICAS A EPSTEIN