Correio da Manha

Coletivida­des preparam DEPOIMENTO­S o regresso dos Santos

FESTA Alfama ultima preparativ­os para celebrar os Santos Populares, de 12 a 15 de junho

- ANA MARIA RIBEIRO FÁTIMA GRAÇA VENDEDORA, 57 ANOS MANUEL RODRIGUES MORADOR, 63 ANOS

No Centro Cultural Magalhães Lima, em Alfama, Lisboa, toda a gente se atarefa em volta dos enfeites para os Santos Populares, que chegam entre 12 e 15 de junho. Com as festas à porta – e depois de dois anos de jejum, por causa da pandemia – a vontade de celebrar é muita. Que o diga Mário Rocha, presidente do centro, e responsáve­l pelos festejos, assim como da Marcha de Alfama.

“Até chorei, quando percebi que não ia haver Santos em 2020”, revela, acrescenta­ndo que nunca pensou que “a coisa se prolongass­e dois anos”. “Quando a Covid-19 chegou, pensei que ia acabar em três ou quatro meses. Mas não. Foi mesmo grave. Parámos, e fizemos bem. Não havia alternativ­a”, diz o dirigente, à frente do Centro Cultural desde 1974.

No interregno de dois anos, Mário Rocha confessa que não teve “ânimo” para fazer nada. E entretanto ele próprio esteve

Ruas infetado com SARS-CoV-2, bem como a mulher. “Há coisa de quatro meses começou para aí a dizer-se que este ano já ia haver Santos... Não acreditei. Mas com o tempo comecei a acreditar. E aqui estamos nós”, afirma o presidente, de sorriso aberto, acreditand­o que este ano vai ser “muito especial”.

Mário Rocha,

Preparativ­os

“As pessoas estão desejosas de diversão e acho que perderam o medo ao vírus”, considera. “Este ano vem tudo para a rua com força e vamos divertir-nos muito. Desde que haja respeito, e se evitem os conflitos, é o que é preciso”, adianta.

O Centro Cultural Magalhães Lima vai fazer-se representa­r

nos festejos com quatro rulotes, com bebidas, e espera angariar dinheiro – precioso para a sociedade recreativa. “Numa noite muito boa, conseguimo­s fazer quatro ou cinco mil euros, o que dá muito jeito. Aqui, ninguém ganha nada. Somos todos voluntário­s. O dinheiro vai todo para a coletivida­de”, conclui.n

“Já a minha avó fazia os Santos Populares”

“Já a minha avó fazia os Santos. Depois foi a minha mãe e agora sou eu. Além da ginjinha, também vendo comida e bebida nos dias de festa, para ganhar algum. Só tenho pena que os meus filhos não sigam a tradição.”

“AS PESSOAS PERDERAM O MEDO À COVID-19”, CONSIDERA MÁRIO ROCHA

“Nessas noites ninguém dorme. Não faz mal”

“Vivo em Alfama há 15 anos e é bom viver aqui. Os Santos fazem parte do bairro, embora eu não participe. Não sou contra, mas não participo. Claro que nessas noites ninguém dorme. Nem eu, com o barulho. Não faz mal. Dorme-se noutro dia.”

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presidente do Centro Cultural Magalhães para decoração de largo
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 ?? ?? 1 de Alfama já decoradas para receber os Santos Populares 2 Lima e responsáve­l pelos festejos, assim como da Marcha de Alfama
1 de Alfama já decoradas para receber os Santos Populares 2 Lima e responsáve­l pelos festejos, assim como da Marcha de Alfama
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