Coletividades preparam DEPOIMENTOS o regresso dos Santos
FESTA Alfama ultima preparativos para celebrar os Santos Populares, de 12 a 15 de junho
No Centro Cultural Magalhães Lima, em Alfama, Lisboa, toda a gente se atarefa em volta dos enfeites para os Santos Populares, que chegam entre 12 e 15 de junho. Com as festas à porta – e depois de dois anos de jejum, por causa da pandemia – a vontade de celebrar é muita. Que o diga Mário Rocha, presidente do centro, e responsável pelos festejos, assim como da Marcha de Alfama.
“Até chorei, quando percebi que não ia haver Santos em 2020”, revela, acrescentando que nunca pensou que “a coisa se prolongasse dois anos”. “Quando a Covid-19 chegou, pensei que ia acabar em três ou quatro meses. Mas não. Foi mesmo grave. Parámos, e fizemos bem. Não havia alternativa”, diz o dirigente, à frente do Centro Cultural desde 1974.
No interregno de dois anos, Mário Rocha confessa que não teve “ânimo” para fazer nada. E entretanto ele próprio esteve
Ruas infetado com SARS-CoV-2, bem como a mulher. “Há coisa de quatro meses começou para aí a dizer-se que este ano já ia haver Santos... Não acreditei. Mas com o tempo comecei a acreditar. E aqui estamos nós”, afirma o presidente, de sorriso aberto, acreditando que este ano vai ser “muito especial”.
Mário Rocha,
Preparativos
“As pessoas estão desejosas de diversão e acho que perderam o medo ao vírus”, considera. “Este ano vem tudo para a rua com força e vamos divertir-nos muito. Desde que haja respeito, e se evitem os conflitos, é o que é preciso”, adianta.
O Centro Cultural Magalhães Lima vai fazer-se representar
nos festejos com quatro rulotes, com bebidas, e espera angariar dinheiro – precioso para a sociedade recreativa. “Numa noite muito boa, conseguimos fazer quatro ou cinco mil euros, o que dá muito jeito. Aqui, ninguém ganha nada. Somos todos voluntários. O dinheiro vai todo para a coletividade”, conclui.n
“Já a minha avó fazia os Santos Populares”
“Já a minha avó fazia os Santos. Depois foi a minha mãe e agora sou eu. Além da ginjinha, também vendo comida e bebida nos dias de festa, para ganhar algum. Só tenho pena que os meus filhos não sigam a tradição.”
“AS PESSOAS PERDERAM O MEDO À COVID-19”, CONSIDERA MÁRIO ROCHA
“Nessas noites ninguém dorme. Não faz mal”
“Vivo em Alfama há 15 anos e é bom viver aqui. Os Santos fazem parte do bairro, embora eu não participe. Não sou contra, mas não participo. Claro que nessas noites ninguém dorme. Nem eu, com o barulho. Não faz mal. Dorme-se noutro dia.”