Correio da Manha

Joias de reis e rainhas para usufruto de todos

ESPLENDOR Novo Museu do Tesouro Real abre hoje ao público, para deslumbre dos sentidos

- ANA MARIA RIBEIRO* *C/LUSA Francisco José Viegas ONTEM, NO CM

Tiara

Ouro, diamantes, joias raras e valiosas, insígnias e condecoraç­ões, moedas e peças de ourivesari­a civil e religiosa. E até uma pepita de ouro que se acredita ser a segunda maior jamais encontrada no Mundo. As infinitas riquezas de reis e rainhas portuguese­s podem, a partir de hoje, ser apreciadas no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde fica localizado o Museu do Tesouro Real. As joias da Coroa à guarda do novo museu – que existia em projeto há 226 anos – representa­m uma das mais importante­s coleções mundiais e o “que de melhor se fez a nível de artes decorativa­s portuguesa­s e europeias do século XVI ao século XX”, garante José Alberto Ribeiro, diretor do Palácio Nacional da Ajuda e, agora, também diretor do novo espaço museológic­o de Lisboa. “É um orgulho e um privilégio que finalmente se possam ver as peças que estiveram fechadas durante décadas e décadas”, acrescenta.

Para guardar tão valioso espólio, o sistema de segurança instalado só tem equiparaçã­o com os do Banco de Portugal e da Casa da Moeda. O diretor-geral do Património Cultural e arquiteto responsáve­l pelo projeto, João Carlos dos Santos, acredita que “será um dos edifícios mais seguros da Europa e do Mundo”. Quando o museu fecha, a caixa-forte fecha também e “essa é a maior proteção para o tesouro”, conclui.n

Outro dia enganei-me. Cometi a distração no prefácio a um divertido livro de Ramalho Ortigão: escrevi ‘Vila do Conde’ e, depois, pumba, “onde nascera Eça”. Acontece que Eça nasceu ao lado, na Póvoa de Varzim, e dias depois batizado em Vila do Conde. Devo ter escrito a expressão “Eça nasceu” numa dezena de textos e, depois, “Póvoa de Varzim” – exceto desta vez. Amigos da Póvoa brincaram (prometeram cortar-me as provisões de arroz de linguado na petisqueir­a A Barca) e eu também – fui condenado a afixar uma lápide junto da simpática igreja matriz de Vila do Conde: “Aqui foi batizado Eça de Queirós.” O que me leva a perguntar: se um escritor nasceu em determinad­o lugar, esse lugar fica melhor? Não necessaria­mente, se bem que os lugares, mais tarde ou mais cedo, fiquem colados à pele. Joyce detestava Dublin, que detestava Joyce, mas quando passeio por Dublin lembro-me de Joyce. Camilo, que nasceu em Lisboa, é considerad­o “um escritor do Porto”, cidade que destratou com aplicação e paixão. Claro que era pior se tivesse escrito “Póvoa do Varzim”, mas eu tenho cuidado com a língua.n

MENDOZA.

Gargalhada­s – é o que a certa altura desperta a leitura de ‘A Repartição do Yin e do Yang’ (Porto Editora): uma reconstitu­ição do final do século XX com uma dose inconvenie­nte de humor, disparate e sentido da história.n

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1 Tesouro Real integra peças de riquíssima ourivesari­a religiosa 2 Retrato e objetos pessoais do Rei D. Carlos de diamantes e safiras de D. Maria II, vendida no ano passado em leilão

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