Joias de reis e rainhas para usufruto de todos
ESPLENDOR Novo Museu do Tesouro Real abre hoje ao público, para deslumbre dos sentidos
Tiara
Ouro, diamantes, joias raras e valiosas, insígnias e condecorações, moedas e peças de ourivesaria civil e religiosa. E até uma pepita de ouro que se acredita ser a segunda maior jamais encontrada no Mundo. As infinitas riquezas de reis e rainhas portugueses podem, a partir de hoje, ser apreciadas no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde fica localizado o Museu do Tesouro Real. As joias da Coroa à guarda do novo museu – que existia em projeto há 226 anos – representam uma das mais importantes coleções mundiais e o “que de melhor se fez a nível de artes decorativas portuguesas e europeias do século XVI ao século XX”, garante José Alberto Ribeiro, diretor do Palácio Nacional da Ajuda e, agora, também diretor do novo espaço museológico de Lisboa. “É um orgulho e um privilégio que finalmente se possam ver as peças que estiveram fechadas durante décadas e décadas”, acrescenta.
Para guardar tão valioso espólio, o sistema de segurança instalado só tem equiparação com os do Banco de Portugal e da Casa da Moeda. O diretor-geral do Património Cultural e arquiteto responsável pelo projeto, João Carlos dos Santos, acredita que “será um dos edifícios mais seguros da Europa e do Mundo”. Quando o museu fecha, a caixa-forte fecha também e “essa é a maior proteção para o tesouro”, conclui.n
Outro dia enganei-me. Cometi a distração no prefácio a um divertido livro de Ramalho Ortigão: escrevi ‘Vila do Conde’ e, depois, pumba, “onde nascera Eça”. Acontece que Eça nasceu ao lado, na Póvoa de Varzim, e dias depois batizado em Vila do Conde. Devo ter escrito a expressão “Eça nasceu” numa dezena de textos e, depois, “Póvoa de Varzim” – exceto desta vez. Amigos da Póvoa brincaram (prometeram cortar-me as provisões de arroz de linguado na petisqueira A Barca) e eu também – fui condenado a afixar uma lápide junto da simpática igreja matriz de Vila do Conde: “Aqui foi batizado Eça de Queirós.” O que me leva a perguntar: se um escritor nasceu em determinado lugar, esse lugar fica melhor? Não necessariamente, se bem que os lugares, mais tarde ou mais cedo, fiquem colados à pele. Joyce detestava Dublin, que detestava Joyce, mas quando passeio por Dublin lembro-me de Joyce. Camilo, que nasceu em Lisboa, é considerado “um escritor do Porto”, cidade que destratou com aplicação e paixão. Claro que era pior se tivesse escrito “Póvoa do Varzim”, mas eu tenho cuidado com a língua.n
MENDOZA.
Gargalhadas – é o que a certa altura desperta a leitura de ‘A Repartição do Yin e do Yang’ (Porto Editora): uma reconstituição do final do século XX com uma dose inconveniente de humor, disparate e sentido da história.n