Correio da Manha

Doentes vão ter vagas limitadas

Sindicatos e diretores temem que muitos fiquem afastados

- BERNARDO ESTEVES

OGoverno aprovou ontem em Conselho de Ministros alterações ao regime de mobilidade de professore­s por doença, tendo estabeleci­do um limite no número de docentes que cada agrupament­o escolar pode acolher: 10% do total do corpo docente. O ministro da Educação, João Costa, afirmou que o diploma não põe em causa “a garantia de que os docentes podem exercer o seu direito de mobilidade por doença”, mas pretende também conseguir “uma distribuiç­ão mais eficaz e racional dos recursos humanos".

Segundo o ministro, hoje há escolas em que os professore­s em mobilidade representa­m 100% do corpo docente. Já os sindicatos alertam que o novo regime vai deixar muitos docentes de fora. “Vamos ter notícias de professore­s doentes que ficarão excluídos, e de outros que ficam em escolas muito longe de casa e dos locais de tratamento. E vamos ter um conjunto de professore­s a pôr atestado médico”, disse ao CM José Feliciano Costa, secretário-geral adjunto da Fenprof.

João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), afirma ter “receio” de que “professore­s reunindo condições para ter mobilidade por doença

FENPROF AVISA QUE MUITOS PROFESSORE­S TERÃO DE METER BAIXA

fiquem impedidos por questões administra­tivas”.

Segundo a Fenprof, há cerca de 8 mil professore­s em mobilidade por doença. “É uma percentage­m de 6 a 7% da classe, idêntica a outros setores. Admitimos que existam aproveitam­entos, mas são residuais. Isto parece uma caça às bruxas”, afirmou o dirigente.

O Conselho das Escolas, que representa os diretores, diz que não está "garantida a colocação em mobilidade de doença de todos os docentes que, comprovada­mente, dela necessitem". Contesta também a idade como critério de desempate e o impediment­o de docentes colocados a menos de 20 km de casa ou local de tratamento.

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