E SE A DORA FOR UM DEPUTADO DO PSD?

Há umas semanas dei conta aqui de que o diretor estava constantemente a ser questionado sobre a minha identidade. Na altura mencionei Flaubert para responder, mas hoje trago uma nova menção literária porque vos relato uma história digna de Eça e do seu ‘Conde de Abranhos’. Acontece que no dia 13 de maio, sob o título “A RTP explicada aos 90% dos portugueses que não a querem ver”, mencionei “o estado do serviço público de televisão: televisão sem público”. Por isso, quando no dia 30 de maio vi no ‘DN’ um texto de opinião assinado pelo deputado João Montenegro com o título “Fazer Serviço Público, Sem Público” tive curiosidade de ler. Eis senão quando, tropeço em frases que me eram familiares. O deputado escreveu “A direção de programas da RTP, em menos de quatro anos, já conseguiu afugentar um quarto dos espetadores que a TV pública tinha. E a sangria de espetadores só não é maior porque a ERC, em boa altura, impediu que se acumulasse a Direção de Programas, com a Direção de Informação” e eu tinha escrito “No verão de 2018 a RTP contratou um novo diretor de programas que, em menos de 4 anos, já conseguiu afugentar um quarto dos espectadores que a televisão pública tinha então. O mercado desde há muito que ‘carinhosamente’ lhe chama José ‘Fracasso’ e o rombo na RTP só não é maior porque a ERC, em boa altura, impediu que a figura acumulasse os programas com a informação.” Grande coincidência, não? Mas há mais! O parlamentar debita a seguir esta frase: “Esta caminhada para a irrelevância do serviço público prestado só não encontra espelho nas sempre crescentes necessidades de financiamento que rondam os 520 mil euros por dia” e eu tinha escrito: “Esta caminhada para a irrelevância do serviço prestado só não encontra espelho nas sempre crescentes necessidades de financiamento que ultrapassam meio milhão de euros por dia!”. Há aqui três hipóteses: uma enorme coincidência, um miserável e preguiçoso plágio, ou um descuido da Dora, que acaba de revelar a sua identidade! E eu sei qual é a hipótese certa...