DESTINO DE 300 MIL € POR EXPLICAR
DÚVIDA No processo em que a SAD e dois ex-dirigentes são acusados de burla qualificada, o Ministério Público refere que verba foi dividida “de forma não concretamente apurada”
Odestino de 300 mil eurosque foram emprestados ao Vitória de Setúbal está por explicar. Quem o reconhece é o Ministério Público (MP) no processo em que a SAD vitoriana e os ex-dirigentes Vítor Hugo Valente e José Condeças são acusados de burla qualificada (ver Pormenores).
A 13 de junho de 2018, António Rosário, empresário emigrado no Luxemburgo, emprestou 300 mil euros ao V. Setúbal. Os maços de notas foram contados e colocados em sacos de plástico, como demonstram as imagens que o CM revelou em primeira mão.
Sobre este episódio, escreve o MP: “O montante foi entregue pelo ofendido aos arguidos na data da celebração do mesmo [o contrato de empréstimo], em dinheiro do BCE [Banco Central Europeu], e que estes repartiram entre si de forma não concretamente apurada.”
No despacho de acusação, que o CM consultou, não surgem mais explicações sobre o destino do dinheiro. Isto quando o relatório da investigação realizada pela Polícia Judiciária, a que o CM também teve acesso, dá conta de versões contraditórias entre os vários envolvidos.
O único consenso é que os 300 mil euros foram divididos de forma igual : 100 mil euros para cada um dos três administradores da SAD do Vitória presentes.
ENVOLVIDOS TÊM VERSÕES DIFERENTES DO DESTINO DO DINHEIRO EM CAUSA
Pedro Gaiveo Luzio, arguido que não foi acusado pelo MP, diz que entregou os seus 100 mil euros a Paulo Rodrigues, intermediário no negócio que nega ter recebido o dinheiro.
Quanto aos restantes 200 mil euros levados por Vítor Hugo Valente e José Condeças, Gaiveo Luzio disse que só 60 mil entraram na conta bancária da SAD, tendo questionado Valente sobre isso. Ao que este respondeu que “o restante valor tinha sido usado para pagamento a fornecedores”.