RETIRO ESPIRITUAL CONHECER-SE A SI PRÓPRIO NAS FÉRIAS
RECOLHIMENTO Recorre-se às mais diversas propostas filosóficas ou religiosas para a obtenção de benefícios ao nível da saúde mental DECISÃO Participação é questão individual
Um número crescente de pessoas decide, a determinado momento da vida, participar num retiro espiritual. E com a chegada das férias a questão surge como oportuna para muitos. É uma prática que apresenta propostas variadas, desde a meditação ao sono, passando por uma alimentação saudável. Num retiro, afastamo-nos da rotina.
Quem procura um retiro espiritual pretende aprofundar o conhecimento sobre si próprio, ao mesmo tempo que são dadas ferramentas para encontrar um sentido para a vida. A meditação procura também valorizar o relacionamento entre as pessoas, ajudar a explicar os acontecimentos que marcam a nossa vida e traçar metas e objetivos, nomeadamente no campo profissional.
São várias as correntes no campo da mente que oferecem respostas no âmbito da realização de retiros. É um modo de ação que é partilhado por diferentes confissões religiosas.
Na área laboral há respostas relacionadas com um melhor conhecimento da mente, no sentido de as empresas criarem laços mais fortes entre os funcionários. Realizar um retiro estratégico por parte de uma empresa está, contudo, dependente da vontade do próprio trabalhador, para que a ação de grupo tenha eficácia.
O professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Telmo Mourinho Batista, explica que “a participação num retiro espiritual é uma decisão individual e que só faz sentido se for a própria pessoa a levantar essa possibilidade”. “Nunca pode ser uma ação imposta de uma forma externa”, adiantou destacando
PSICÓLOGO EXPLICA QUE É DETERMINANTE FORTE MOTIVAÇÃO PESSOAL
o cunho “pessoal que implica a meditação”.
O psicólogo destaca que a valorização da motivação pessoal é muito importante, num momento em que muitas pessoas preparam as férias. Outro ponto importante, elucida, é “desligar do trabalho”. Para Mourinho Batista, as propostas de descanso não podem ser observadas como se fossem comuns a todos. “As pessoas possuem diferentes necessidades. O que para uns pode ser uma atividade extremamente repousante, como, por exemplo, longas caminhadas, para outros representa uma atividade extremamente stressante”, adianta. n