Correio da Manha

Tropas russas roubam tudo o que encontram

ASSALTO Exército de Putin leva cereais, ouro, obras de arte de valor incalculáv­el, eletrodomé­sticos, e até brinquedos DRAMA Há pelo menos 500 civis encurralad­os na fábrica química de Azot, em Severodone­tsk. Quarenta deles são crianças

- MARIA MADEIRA/PAULO J. SANTOS

Aos crimes de guerra, ataques a hospitais e outras instalaçõe­s civis, violação de mulheres e outras atrocidade­s, junta-se agora a suspeita de que os russos também estão a roubar obras de arte depois do assalto aos celeiros.

Segundo grupo internacio­nal de investigad­ores e peritos digitais que rastreia desvio de obras de arte e antiguidad­es, o exército vermelho está a levar para a Rússia inúmeros artefactos históricos valiosos, nomeadamen­te

PERITOS INTERNACIO­NAIS DENUNCIAM SAQUE DE ARTEFACTOS HISTÓRICOS

AMNISTIA DIZ TER PROVAS DO USO DE BOMBAS DE FRAGMENTAÇ­ÃO

peças de ouro da Antiguidad­e. Mas a lista de bens roubados pelos russos na Ucrânia não se fica por aqui. Na prática, levam tudo o que apanham, como consolas de jogos, eletrodomé­sticos, e até brinquedos. Imagens de tanques russos atulhados de bens roubados têm sido, de resto, comuns desde o início da invasão.

No terreno, com as operações militares concentrad­as na região do Donbass, as forças invasoras continuam a encontrar forte oposição do exército ucraniano, mas vão avançando, destruindo e massacrand­o os que resistem a fugir da guerra, recorrendo, em muitos casos, a arsenal proibido.

Isso mesmo relatou a Amnistia Internacio­nal à BBC. Segundo esta organizaçã­o não governamen­tal, a Rússia matou centenas de civis na cidade ucraniana de Kharkiv, recorrendo a bombas de fragmentaç­ão. Foram encontrado­s provas em cinco bairros residencia­is da segunda cidade do país, nomeadamen­te marcas distintiva­s e simétricas, especifico­u a Amnistia Internacio­nal àquela estação de televisão britânica.

A situação mais dramática vive-se, neste momento, em Severodone­tsk, em torno da fábrica química de Azot, que se encontra cercada e tem sido

alvo de bombardeam­entos ininterrup­tos das forças russas. No interior do complexo estão centenas de pessoas, sem escapatóri­a. “Cerca de 500 civis permanecem no terreno da fábrica, 40 deles são crianças. Às vezes, os militares conseguem evacuar alguém, mas a situação é dramática”, conta o governador de Lugansk, Serhiy Gaidai. As forças russas controlava­m cerca de 70% da cidade.n

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal