Tropas russas roubam tudo o que encontram
ASSALTO Exército de Putin leva cereais, ouro, obras de arte de valor incalculável, eletrodomésticos, e até brinquedos DRAMA Há pelo menos 500 civis encurralados na fábrica química de Azot, em Severodonetsk. Quarenta deles são crianças
Aos crimes de guerra, ataques a hospitais e outras instalações civis, violação de mulheres e outras atrocidades, junta-se agora a suspeita de que os russos também estão a roubar obras de arte depois do assalto aos celeiros.
Segundo grupo internacional de investigadores e peritos digitais que rastreia desvio de obras de arte e antiguidades, o exército vermelho está a levar para a Rússia inúmeros artefactos históricos valiosos, nomeadamente
PERITOS INTERNACIONAIS DENUNCIAM SAQUE DE ARTEFACTOS HISTÓRICOS
AMNISTIA DIZ TER PROVAS DO USO DE BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO
peças de ouro da Antiguidade. Mas a lista de bens roubados pelos russos na Ucrânia não se fica por aqui. Na prática, levam tudo o que apanham, como consolas de jogos, eletrodomésticos, e até brinquedos. Imagens de tanques russos atulhados de bens roubados têm sido, de resto, comuns desde o início da invasão.
No terreno, com as operações militares concentradas na região do Donbass, as forças invasoras continuam a encontrar forte oposição do exército ucraniano, mas vão avançando, destruindo e massacrando os que resistem a fugir da guerra, recorrendo, em muitos casos, a arsenal proibido.
Isso mesmo relatou a Amnistia Internacional à BBC. Segundo esta organização não governamental, a Rússia matou centenas de civis na cidade ucraniana de Kharkiv, recorrendo a bombas de fragmentação. Foram encontrados provas em cinco bairros residenciais da segunda cidade do país, nomeadamente marcas distintivas e simétricas, especificou a Amnistia Internacional àquela estação de televisão britânica.
A situação mais dramática vive-se, neste momento, em Severodonetsk, em torno da fábrica química de Azot, que se encontra cercada e tem sido
alvo de bombardeamentos ininterruptos das forças russas. No interior do complexo estão centenas de pessoas, sem escapatória. “Cerca de 500 civis permanecem no terreno da fábrica, 40 deles são crianças. Às vezes, os militares conseguem evacuar alguém, mas a situação é dramática”, conta o governador de Lugansk, Serhiy Gaidai. As forças russas controlavam cerca de 70% da cidade.n