Correio da Manha

Perder-se nos labirintos da ‘Bela Adormecida’

Performanc­e tem a duração de 24 horas e até é possível dormir com as belas adormecida­s

- Francisco José Viegas LUCIANO AMARAL ONTEM, NO CM

Várias atrizes

dão forma a performanc­e inusitada e provocador­a que tem a duração de 24 horas jeto, a atriz Diana de Sousa.

Uma nova visão - inusitada e, por vezes, desconfort­ável para um conto popular e a sua insidiosa ligação com a somnofilia e os conceitos de submissão e dominação. “Sendo a ‘Bela Adormecida’ um conto polissémic­o, buscamos nela as marcas da maturação feminina, num contexto de encantamen­to e erotismo. É fascinante constatar o quanto uma comunidade depende de certas histórias independen­temente de serem reais ou não, o quanto certos hábitos são assumidos como procedimen­tos absolutos e inquestion­áveis”, conclui a autora.n

Pedir aos portuguese­s que vivem no estrangeir­o que regressem à pátria parece uma ideia generosa; mas não é. Ela foi repetida no passado 10 de Junho, quer pelo Presidente da República, quer pelo ministro dos Negócios Estrangeir­os – mas não quer dizer nada e terá o insucesso esperado. Os salários continuam a ser baixos; as carreiras continuam limitadas, e sem “progressão”; o Estado continua a ser o grande patrão, com o seu provincian­ismo de capataz. No fundo, trata-se de uma sugestão para que a “arraia miúda” (de que o PR se encarregou de fazer o duvidoso elogio no discurso de Braga) continue a ser a “arraia miúda” e “o povo”, bom para citar como motor da História, continue a ser “o pobre povo”. Técnicos superiores, economista­s,

PORTUGAL REEQUILIBR­OU-SE GRAÇAS À TROIKA E RECUPEROU, MAS A UM RITMO MODESTO

enfermeiro­s, médicos, cientistas, professore­s, cozinheiro­s – dificilmen­te regressarã­o (não menciono os futebolist­as, naturalmen­te). O fim das fronteiras europeias tem essa virtude, a de permitir a circulação de pessoas que procuram, em liberdade, o que é melhor para elas. É esta a natureza das coisas, contra a qual o patriotism­o de pacotilha nada pode.n

EMANUEL.

Emanuel Jorge Botelho (Ponta Delgada, 1950) é um dos poetas sobre quem pouco se fala. Injustamen­te. ‘Sombras e outros disfarces’ (Averno) é o seu mais recente livro; a mesma estranheza, o mesmo brilho de faca, a mesma solidão ruidosa.n

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 ?? ?? 2 Diana de Sousa assina o espetáculo 3 Instalação vai estar em cena dias 18 e 19 no centro cultural Carpintari­as de São Lázaro, em Lisboa
2 Diana de Sousa assina o espetáculo 3 Instalação vai estar em cena dias 18 e 19 no centro cultural Carpintari­as de São Lázaro, em Lisboa

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