Sete ‘Hammerskins’ na cadeia por ódio
DECISÃO Do grupo julgado por crimes de ódio racial e sexual, entre outros, 22 arguidos foram condenados e 5 absolvidos VIOLÊNCIA Alvos eram minorias raciais, homossexuais e imigrantes
Acórdão
Foram ontem condenados 22 dos 27 arguidos no processo ‘Hammerskins’, por crimes de ódio racial, sexual e ideológico, a penas que variam entre 6 meses e 9 anos. Sete dos quais vão mesmo cumprir prisão efetiva. Quinze foram condenados a penas suspensas e cinco foram absolvidos por não ter ficado provado que pertencem ao violento grupo neonazi.
A pena mais pesada aplicada pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa foi de 9 anos para Alexandre Silva, de 26 anos, que confessou os crimes. Foi condenado por discriminação racial, religiosa e sexual, ofensa à integridade física qualificada e homicídio qualificado na forma tentada. Ficou provado que agrediu a soco e pontapé um jovem negro que saia do autocarro, atacando-o com uma arma branca e uma chave de rodas.
A segunda pena mais gravosa, foi de 8 anos e 9 meses de prisão, aplicada a Tiago Gorjão, de 31 anos, também por crimes de discriminação racial, religiosa e sexual e homicídio tentado, além de um crime de dano e por detenção de arma proibida. Segundo Noé Bettencourt, presidente do coletivo de juízes, Tiago Gorjão, inserido num grupo de 10 pessoas, atacou um homem por este aparentar ser homossexual,
PORMENORES
Nuno Cerejeira, um dos arguidos no processo ‘Hammerskins’ - já condenado por crimes de ofensas corporais no crime que levou à morte de Alcino Monteiro - é sobrinho-neto do cardeal Cerejeira, próximo de Salazar. O arguido tem antecedentes criminais. pela forma de falar e de caminhar. A pena mais leve foi atribuída ao guarda prisional João Vaz, de 40 anos, condenado a 6 meses de prisão suspensa, por posse de arma proibida.
O acórdão dá como provado que os alvos foram escolhidos apenas por serem negros, militantes comunistas ou antifascistas, ou por frequentarem eventos para homossexuais. Os arguidos foram julgados por crimes contra cerca de duas dezenas de vítimas.
Segundo a acusação, ficou devidamente indiciado que os arguidos agiram de forma a pertencerem a um grupo que acreditava na “superioridade da raça branca”. O grupo foi desmantelado em 2016 no decurso de uma operação da PJ.n
ALEXANDRE SILVA ATACOU JOVEM NEGRO APÓS ESTE SAIR DE UM AUTOCARRO