Correio da Manha

“O palco ainda é o melhor disto tudo”

CONCERTO Paul Anka atua dia 10 de julho em Cascais (Hipódromo Manuel Possolo) no âmbito do Festival Cool Jazz MEMÓRIAS Aos 80 anos, cantor canadiano fala do espetáculo que traz a Portugal, fala da pandemia e recorda o amigo Frank Sinatra para quem escreve

- MIGUEL AZEVEDO

Ele é um dos maiores nomes da história da música ligeira mundial. Paul Anka começou a gravar em 1957 e popularizo­u sucessos como ‘Diana’, ‘You Are My Destiny’ ou ‘Lonely Boy’. E são dele, por exemplo, os temas ‘She’s a Lady’ de Tom Jones ou o clássico ‘My Way’ de Frank Sinatra.

– Aos 80 anos, ainda não se cansou desta vida dos palcos, dos aviões e dos hotéis?

– O palco é a melhor parte disto tudo. Eu amo estar no palco e é ele que faz toda a viagem valer a pena.

– Que espetáculo é este que traz agora para Portugal?

– Estou muito animado por estar de volta a Portugal. É um país lindo com ótimas pessoas. O nosso espetáculo é cheio de emoção e sucessos. Temos uma grande banda e vamos tocar todas as músicas que os fãs vão querer ouvir.

– Como foram para si estes últimos dois anos de pandemia, longe dos palcos e do público? – Foi muito difícil e estranho. Não poder fazer o que mais amo, atuar, foi difícil. No entanto, era importante manter toda a gente segura. Mas foi também uma grande oportunida­de para mim para passar tempo de qualidade com meu filho, Ethan. Ter esse tempo com ele foi inestimáve­l.

– E como foi o regresso?

– Foi maravilhos­o. Estar lá em cima no palco é o motivo pelo qual ainda faço o que faço.

– Uma das canções que faz parte dos seus espetáculo­s é o clássico ‘My Way’, que ficou populariza­do na voz de Frank Sinatra. Que relação tem hoje com essa música ao final de tantos anos?

– Essa música significa muito para mim, pois foi uma honra poder escrever para o meu querido amigo Frank Sinatra quando ele me disse que estava a reformar-se. Ele brincava sempre e dizia-me: “Tu estás a escrever música para todos os nossos amigos, quando é que vais escrever uma música para mim?” Claro que eu não poderia dar-lhe o ‘Lonely Boy’ [um dos grandes sucessos de Paul Anka] e então escrevi-lhe uma música que combinava com ele e que coincidiu com o fim de uma carreira incrível.

– Sente falta dos anos 50 e 60? – Eu acho que cada época tem as suas vantagens. As coisas eram mais simples nos anos 50 e 60 e a música pop estava na sua fase inicial. Agora, por exemplo, há outras ferramenta­s e os músicos têm muitas saídas para a sua criativida­de. – O mercado da música mudou muito em 60 anos. O que ganhámos e perdemos?

– Hoje há novos caminhos para os artistas, como o TikTok, as redes sociais e por aí fora. As pessoas podem levar a sua música para todo o Mundo e não precisam estar presas a uma gravadora. E isso é muito bom.n

“ESTOU MUITO ANIMADO POR ESTAR DE VOLTA A PORTUGAL. É UM PAÍS LINDO COM ÓTIMAS PESSOAS”

O SINATRA DIZIA-ME: “QUANDO É QUE

VAIS ESCREVER UMA MÚSICA PARA MIM?”

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Paul Anka começou a gravar em 1957 e de lá para cá tornou-se num dos maiores nomes da música ligeira mundial

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