PSD - afinal havia outro
OCongresso do PSD ocupou o espaço político-mediático do passado fim de semana e, finalmente, Luís Montenegro foi entronizado presidente do partido. A expectativa gerada pelo surgimento de um novo protagonista na linha da frente da política nacional e pelo inesperado caso político provocado pelo anúncio da nova localização para o novo aeroporto de Lisboa, dois dias antes do arranque da reunião magna dos social-democratas, não foi contudo suficiente para cativar as atenções dos portugueses.
“Está a ser um congresso morno”, concordavam vários jornalistas e comentadores que acompanharam os três dias do encontro.
Três fatores parecem ter sido decisivos para a falta de energia do Congresso: em primeiro lugar, a ausência de uma ideia mobilizadora para Portugal capaz de garantir pelo menos o entusiasmo de militantes e delegados
DEIXOU A IMPRESSÃO DE QUE O PSD QUERIA OUTRO
PRESIDENTE
eleitos - pôr a regionalização na gaveta e pegar nas políticas do governo jurando fazer um pouco melhor não chega, é “poucochinho”; em segundo lugar, a falsa unidade política em torno do líder, para que foram convocados os antigos “passistas” (que Rio tinha mandado para o balneário) e aqueles que ao longo dos anos se dedicaram a combater o anterior líder (os agora vice-presidentes Paulo Rangel e Miguel Pinto Luz), mas que excluiu os protagonistas do consulado de Rui Rio (que até há poucos meses representavam a maioria do Partido) e também, por opção própria, Jorge Moreira da Silva, opositor ao próprio Montenegro; por fim, a ovação entusiástica que o Congresso ofereceu a Carlos Moedas quando foi chamado ao palco e que deixou a impressão de que o PSD queria outro presidente.n