Correio da Manha

Anacom pede limites para as fidelizaçõ­es

EFEITOS João Cadete Matos demonstrou o impacto negativo que o regime atual tem nos preços, na economia e na concorrênc­ia PENALIZAÇíO Portugal é onde se paga mais pela cessação de contrato

- VANESSA FIDALGO

João Cadete Matos, presidente da Autoridade Nacional de Comunicaçõ­es (Anacom), defendeu ontem a alteração do atual regime de fidelizaçõ­es nas comunicaçõ­es eletrónica­s por ter “impacto negativo no investimen­to, na concorrênc­ia e ser prejudicia­l para os consumidor­es”.

Perante o grupo de trabalho da comissão parlamenta­r de Economia, Obras Públicas, Planeament­o e Habitação, o presidente da entidade reguladora defendeu ainda a imposição de limites aos encargos a

COMUNICAÇÕ­ES EM PORTUGAL SOFRERAM O MAIOR AUMENTO

serem pagos na cessação antecipada dos contratos, reiterando que Portugal “é o país onde os consumidor­es pagam mais caro pelas comunicaçõ­es por não disporem de alternativ­as”.

João Cadete Matos identifico­u vários países da União Europeia (UE) em que os prazos dos contratos de fidelizaçã­o são “menores”, como Espanha ou a Dinamarca (seis meses), a Noruega e Hungria (12 meses). Situação que é agravada pelo elevado custo de uma cessação antecipada do contrato, que em Portugal chega a atingir os mil euros, valor “muito mais elevado que em outros países”, exemplific­ou. Outro dos argumentos apresentad­os pela Anacom é a constataçã­o de que o regime de fidelizaçõ­es “não conduziu a preços mais baixos”. Segundo dados da Eurostat (OCDE), “Portugal está entre os países que tiveram maior aumento dos preços das comunicaçõ­es”, superior

João Cadete Matos

foi ontem ouvido na Comissão Parlamenta­r de Economia, Obras Públicas, Planeament­o e Habitação a 11%. Além disso, as fidelizaçõ­es não têm favorecido o desenvolvi­mento económico do setor, por constituír­em “uma barreira” à entrada de novos operadores. “E não havendo concorrênc­ia, há menos investimen­to”, concluiu.n

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