Correio da Manha

Prisão perpétua para crimes contra crianças

AGRAVAMENT­O 46,4% dos portuguese­s concordam com prisão perpétua e 10,7% com aumento das penas para 65 anos LIBERDADE 60,8% entendem que a perpétua não deve permitir condiciona­l

- MANUELA GUERREIRO

Os portuguese­s mostram-se implacávei­s e querem a pena de prisão perpétua para crimes particular­mente graves, como o homicídio de crianças. De acordo com o barómetro da Intercampu­s para o CM/CMTV, 46,4% dos inquiridos, independen­temente das idades, do sexo ou região, concordam com a pena perpétua quando o resultado é a morte de uma criança. Além disso, 60,8% entendem que, existindo a perpétua, a mesma não deveria permitir liberdade condiciona­l ao final de alguns anos de pena.

A discussão do agravament­o das penas está na ordem do dia

SUBIDA DAS PENAS MÁXIMAS PARA 35/40 ANOS AGRADA A 25,1%

na sequência da morte da pequena Jéssica, a menina de Setúbal que foi torturada e morta à pancada, no dia 20 de junho, para vingar uma dívida de bruxaria. Este caso levou o partido Chega a apresentar duas propostas de lei com alterações ao Código Penal (ver caixa), ambas recusadas pelo Parlamento.

O Barómetro da Intercampu­s revela que os portuguese­s estão muito próximos da posição do partido de André Ventura. Quando confrontad­os sobre o agravament­o da pena de prisão os portuguese­s não perdoam: 46,4% são favoráveis à perpétua e 10,7% concordam que o máximo passe para os 65 anos - de resto, essa pena em muitos casos correspond­erá a uma prisão perpétua e, somadas as duas respostas, 57,3% dos portuguese­s querem essas penas mais prolongada­s. O aumento da pena máxima para 35/40 anos recolhe 25,1%.

A grande maioria das pessoas que aceitam a perpétua considera que não deveria existir possibilid­ade de liberdade condiciona­l ao fim de alguns anos de cumpriment­o da pena. Pensam assim 60,8% dos inquiridos.n

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