Constitucional2 CONTRATA empresa de comunicação
AGÊNCIA r TC paga a empresa de comunicação chefiada por Luís Bernardo REAÇÃO r Profissional garante que apenas presta apoio “operacional, logístico e organizativo” e que não tem acesso a documentos
OTribunal Constitucional trabalha, há um ano, com uma agência privada de comunicação, a Wonderlevel Partners, de Luís Bernardo, ex-assessor do antigo primeiro-ministro José Sócrates, do Benfica e do Sporting de Bruno de Carvalho, e que na sua carteira de clientes tem entidades como a Media Capital (TVI) e alguns escritórios de advogados.
Para Paulo Morais, fundador da Associação Transparência e Integridade, e hoje à frente da Associação Frente Cívica, “esta é uma situação inaceitável que gera conflito de interesses reais, potenciais e aparentes”. E lembra: “Uma agência de comunicação tem sempre acesso a informações sensíveis que podem ser canalizadas para outras entidades. Como é que os senhores do tribunal não preveem uma situação destas que envergonha o próprio tribunal?”
Contactado pelo CM, Luís Bernardo recusa a ideia de conflito de interesses, garante que a sua empresa “não tem acesso a quaisquer documentos do Tribunal” e explica que “apenas fornece apoio operacional, logístico e de organização”, à semelhança do que já “acontece em muitos tribunais do mundo”. E especifica: “Trabalhamos muito ao nível do site e até de criar as condições aos jornalistas para contactarem de forma mais rápida com o tribunal. Antigamente os jornalistas iam ao TC e nem havia local para serem recebidos. Nas conferências de imprensa, por exemplo, nem saídas de som havia. Agora está tudo mais profissionalizado”. Quanto ao facto de ter sido ex-assessor de José
ASSOCIAÇÃO FRENTE CÍVICA FALA EM CONFLITO DE INTERESSES
Sócrates, enquanto este foi chefe do executivo, Bernardo diz apenas que “se o problema foi ter tido uma relação profissional com ele, por essa ordem de ideias nem António Costa podia ser primeiro-ministro, nem metade do atual Executivo poderia estar no Governo”. De acordo com o portal Base, o contrato celebrado em junho do ano passado prevê o pagamento de 19 800 € anuais.n