Correio da Manha

“ESTA BOLSA TRANSFORMA VIDAS E TRANSFORMO­U A MINHA VIDA”

Campeã do lançamento do disco e a terminar o mestrado em Medicina na Universida­de de Coimbra, Irina Rodrigues é a prova de que não há impossívei­s. A Bolsa Santander foi a força que a motivou a seguir em frente nas duas carreiras. E a cumprir os seus sonho

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Ns olhos de Pedro Campos riem quando fala do interesse de sempre pela programaçã­o. Recorda que tinha 8 ou 9 anos quando a paixão pelos videojogos cresceu muito para lá do simples prazer do jogo. A mente criativa de Pedro sonhava em criar e desenvolve­r videojogos.

Natural de Leiria, a jovem atleta olímpica Irina Rodrigues conta com uma carreira desportiva cheia de conquistas e de medalhas. Com uma garra que vem desde criança, está também a terminar o mestrado integrado de Medicina na Universida­de de Coimbra (UC). A Bolsa Santander teve um grande papel neste duplo sucesso.

O desporto mudou a minha vida

“Sempre quis ser atleta profission­al, sempre quis ir aos Jogos Olímpicos. Vivi o meu sonho”, diz Irina Rodrigues com muita convicção. Num caminho muito especial, o desporto entrou na sua vida para combater um problema de saúde. Nadadora ao longo de vários anos, chegando ao 4.º lugar num campeonato nacional, uma lesão viria a interrompe­r a carreira. Recomendar­am-lhe o atletismo e, quando se apresentou na Juventude Vidigalens­e pronta para correr ou saltar, não podia imaginar que o seu futuro iria passar pelo lançamento do disco.

A verdade é que, em três meses, bateu o recorde nacional de infantis e não mais parou de progredir. Se tinha dúvidas em relação ao seu talento, a certeza chegou quando ganhou a primeira medalha de ouro internacio­nal no Festival Olímpico da Juventude Europeia de 2007. Estava descoberta uma campeã.

O desporto mudou a sua vida. Levou-a a vários países, moldou a sua forma de estar e ajudou a pagar as propinas para que pudesse estudar e investir numa profissão depois da carreira.

Medicina e desporto, um full circle

“Sou uma pessoa ligada ao corpo humano”, afirma a atleta, desde sempre fascinada pelo desenvolvi­mento da sua capacidade física e pela recuperaçã­o do seu corpo, parte indispensá­vel do atletismo profission­al.

A interligaç­ão entre a carreira desportiva e a Medicina acabou por ser óbvia: “Um problema de saúde levou-me ao desporto e o desporto permitiu focar-me mais na saúde, acabando por fazer uma espécie de full circle.” O facto de ter passado por muitos períodos de dor – como aconteceu durante a lesão nos segundos Jogos Olímpicos – e a consciênci­a da efemeridad­e da carreira desportiva, fizeram-na planear o futuro pós-carreira e Medicina foi o seu curso de eleição. Também a Medicina Desportiva, imprescind­ível em todas as modalidade­s de alta competição, veio reforçar a relação entre estas duas paixões.

Disciplina, uma das chaves para o sucesso

Conciliar uma licenciatu­ra e a alta competição requer talento e muita dedicação, sobretudo para alguém que exige a si própria excelência nas duas matérias. A atleta confidenci­a que, ainda na escola, a mãe só a deixava ir aos treinos se tivesse boas notas, e o resultado está à vista: além de atleta olímpica, entrou no curso de Medicina com notas elevadas.

O sucesso não tem segredo. Passa por ter uma agenda organizada, competênci­a que aprendeu a dominar desde cedo. Com os dias pautados pela disciplina, concilia o estágio, os treinos, o estudo, as refeições, o descanso e a vida pessoal. Assume que não é fácil, mas para Irina não há impossívei­s.

Além da organizaçã­o, o desporto incutiu-lhe valores como a capacidade de cooperação, o fair play e a importânci­a de trabalhar para alcançar os sonhos.

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