JULGAMENTO Justiça espanhola quer prisão para filha de Dias Loureiro
ACUSAÇÃO Catarina Loureiro estará envolvida num alegado esquema de branqueamento de capitais com o marido e o sogro
O Ministério Público (MP) espanhol quer que a filha do ex-ministro Dias Loureiro, Catarina Loureiro, seja condenada a uma pena de oito anos e seis meses de prisão por suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal num processo que corre em Madrid. O caso envolve ainda o marido e o sogro da filha do ex-governante social-democrata. São suspeitos de terem defraudado o Fisco espanhol em vários milhões de euros.
Catarina Loureiro é suspeita de ter criado uma empresa fictícia que servia para justificar mais de quatro milhões de euros vindos da Petróleos da Venezuela para as contas da família Morodo. Para o marido, Alejo Morodo, o procurador pediu a mesma pena de prisão. Sustentou ainda que ambos devem ser condenados a pagar uma coima, cada um, de 3,7 milhões de euros e a indemnizar o Fisco espanhol em mais de 1,4 milhões de euros. Já para o sogro, Raúl Morodo, antigo embaixador espanhol na Venezuela (2004-2007), o MP pediu que seja punido com três anos e seis meses de cadeia. O diplomata terá criado uma rede de empresas de fachada para fugir aos impostos em Espanha. Catarina e o marido estarão envolvidos nesse esquema - seriam sócios de uma sociedade de compra e venda de propriedades. Empresa essa, suspeita a investigação, serviria apenas como fachada para os negócios mantidos com a petrolífera estatal venezuelana.
Segundo o jornal `El País, a acusação já foi validada por um juiz de instrução criminal. A investigação sustenta que
Morodo e os seus familiares elaboraram um esquema para defraudar o Fisco entre 2011 e 2017. O filho do ex-embaixador tributava os rendimentos através do imposto sobre as sociedades, cuja carga fiscal é menor. “Parte dos lucros obtidos [através destas empresas de fachada] foram integrados no património do investigado Raúl Morodo, que os escondeu das Finanças”, concluiu o juiz, citado pelo mesmo jornal.
TERÁ USADO EMPRESA PARA `LAVAR' 4 MILHÕES VINDOS DE PETROLÍFERA ESTATAL VENEZUELANA