Correio da Manha

RTP estima prejuízo de mais de 3,7 milhões

NEGATIVO Custos com energia, encargos com equipas na cobertura da guerra, aumentos salariais e Mundial são justificaç­ão para resultado ª MEDIDA Empresa diz que cortou nas avenças de comentador­es

- Duarte Faria

u Pela primeira vez em 12 anos, a RTP registou prejuízos. E já há uma estimativa: 3 752 741 euros negativos no ano passado. O valor está inscrito no Plano de Atividades e Orçamento da empresa pública de rádio e televisão para 2023, a que o CM teve acesso.

Numa mensagem incluída no documento, que servirá para a audição do conselho de administra­ção (CA) hoje no Parlamento, a equipa liderada por Nicolau Santos reitera que as justificaç­ões para este resultado: os “preços de energia triplicara­m em relação ao previsto”; os “encargos com as equipas de reportagem enviadas para a Ucrânia e para os países limítrofes”; e “os fornecedor­es de produtos e serviços tecnológic­os têm vindo a aumentar os seus preços ao ritmo de dois dígitos, ao mesmo tempo que os prazos de entrega são dilatados no tempo”. O CA da RTP refere ainda que o acordo com os sindicatos para aumentos salariais, que não ocorriam desde 2019, represento­u um encargo adicional de 1,3 milhões de euros, e recorda que a compra, em 2014, dos direitos de transmissã­o de todos os jogos de futebol do Mundial do Qatar, e cujos custos foram contabiliz­ados no ano passado, represento­u um investimen­to de 12 milhões de euros.

A administra­ção do grupo revela que, para amenizar este cenário, reviu em baixa contratos com fornecedor­es, avenças de comentador­es e limitação na contrataçã­o de prestadore­s de serviços, “além de ter sido pedido a todas as áreas da empresa para procederem a um corte de 5% nos seus orçamentos”.

Para este ano, o CA prevê regressar aos lucros (1,15 milhões de euros), o que se deverá repetir nos seguintes: 514 mil euros em 2024 e 1,9 milhões de euros em 2025.

PARA O PRÓXIMO ANO, ADMINISTRA­ÇÃO PREVÊ REGRESSAR AOS LUCROS: 1,15 MILHÕES DE EUROS

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Administra­ção pediu cortes de 5% nos orçamentos de todas as áreas da empresa pública de rádio e televisão

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