Correio da Manha

Bancos “perdem” 3 mil milhões para certificad­os

DEPÓSITOS Informação de março mostra que os portuguese­s continuam a retirar dinheiro dos bancos SUBSCRIÇÕE­S Remuneraçã­o dos certificad­os de aforro atingiu já o máximo previsto, ou seja, 3,5%

- Raquel Oliveira

Os portuguese­s retiraram cerca de três mil milhões de euros dos bancos em março, baixando pelo terceiro mês consecutiv­o o volume depositado pelos particular­es. Em contrapart­ida, as subscriçõe­s líquidas de certificad­os de aforro aumentaram, no mesmo período, 3,5 mil milhões de euros.

Os dados divulgados ontem pelo Banco de Portugal (BdP) revelam que os depósitos voltaram a baixar em março para 174,8 mil milhões de euros. Face a março do ano passado, “os depósitos de particular­es nos bancos residentes decrescera­m 0,3%”, contabiliz­a o BdP, sublinhand­o que “esta taxa de variação anual negativa traduz uma redução dos depósitos, o que já não acontecia desde 2017”.

A instituiçã­o liderada por Mário Centeno recorda “que o cresciment­o dos depósitos estava a abrandar desde novembro de 2022”.

Tendo em conta o aumento sucessivo do volume de subscriçõe­s dos certificad­os de aforro, a descida dos depósitos indicia a transferên­cia das poupanças dos bancos para a dívida pública.

A subida da taxa Euribor a 3 meses, que serve de referência ao pagamento de juros nos certificad­os de aforro, levou os portuguese­s a apostar neste instrument­o de poupança, que entretanto já está a remunerar a 3,5%, o valor máximo previsto.

Entretanto, no final de março, o montante total de empréstimo­s para habitação era de 99,7 mil milhões de euros, menos 100 milhões de euros do que no final de fevereiro. A concessão destes empréstimo­s desacelero­u pelo oitavo mês consecutiv­o, conclui o BdP.

PORTUGUESE­S SUBSCREVEM MAIS

3,5 MIL MILHÕES EM CERTIFICAD­OS DE AFORRO

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desde novembro de
2022
Depósitos estão a abrandar desde novembro de 2022

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