Inflação engole aumentos dos salários
VALOR Vencimento médio sem descontos por trabalhador aumentou para 1355 euros no 1.º trimestre deste ano ª ANULADO Subida salarial foi de 7,4%, mas a inflação acumulada foi superior: atingiu os 8%
u O vencimento médio sem descontos por trabalhador aumentou para 1355 euros no primeiro trimestre deste ano, face a idêntico período de 2022. Trata-se de uma subida de 7,4%, mas descontado o valor da inflação nos primeiros três meses do ano (8%), os salários acabaram, em média, por sofrer um corte de 0,6 pontos. Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) e revelam ainda que só no setor privado se registaram ganhos remuneratórios reais. Na Função Pública houve uma queda média de 2,5 pontos.
Estes dados do INE resultam da análise a 4,5 milhões de postos de trabalho dos setores privado e público, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações.
A informação apurada revela que o setor privado contou, em média, com aumentos salariais reais, com a remuneração total — incluindo subsídios de férias e de Natal — a registar uma variação de 8,3%, para 1274 euros no primeiro trimestre deste ano. Em termos reais, considerando a inflação, a subida foi de apenas 0,3 pontos.
No Estado, embora com um vencimento médio mais elevado, o aumento dos vencimentos face ao primeiro trimestre de 2022 foi de 5,4% na remuneração total, subindo para 1765 euros. Em termos reais, contudo, houve uma diminuição de 2,5 pontos, apontam os dados do INE.
Com a inflação acumulada a atingir 8% em média no trimestre terminado em março de 2023, a remuneração real média dos 4,5 milhões de trabalhadores caiu 0,6 pontos.
DADOS DO INE REVELAM QUE AUMENTO MÉDIO NO SETOR PÚBLICO
FOI DE APENAS 5,4%