Canção vencedora acusada de plágio
CÓPIA `Tattoo' da sueca Loreen tem muitas semelhanças a `The Winner Takes It All', de 1980, dos ABBA ª LEI Crime de plágio obriga a provar que houve intenção, o que torna difícil chegar a condenações
u A polémica já vinha desde março, mas ganhou nova dimensão quando, no passado sábado, a cantora Loreen venceu a final do Festival Eurovisão da Canção, em Liverpool, com a canção `Tattoo'. A cantora e os autores do tema estão a ser acusados de terem plagiado a canção `The Winner Takes It All', de 1980, dos ABBA, bem como o tema `Flying Free', um êxito da música eletrónica de 1999, da autoria dos Pont
Aeri. Alguns dizem também que Loreen se plagiou a si própria ao ter surgido a concurso com uma canção em tudo semelhante ao tema `Euphoria' com o qual já havia ganho a Eurovisão em 2012. Para Tozé Brito, cantor, autor e compositor, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e antigo A&R da Polygram, “há de facto muitas semelhanças entre a canção vencedora e sobretudo o `The Winner Takes It All' dos ABBA”, mas o crime de plágio é algo sempre muito difícil de provar. “Em tribunal a prova do plágio faz-se pelo dolo, ou seja, é preciso provar que houve intenção de plagiar, o que é algo de muito complicado. É por isso que a maioria dos processos acaba por cair por terra”, explica. Recorde-se que esta não é a primeira vez que o vencedor da Eurovisão é acusado de plágio. Em 2021, a banda italiana Måneskin, que venceu o festival com a música `Zitti E Buoni', foi acusada de plagiar o tema `You Want It, You Got It', de 1994, dos holandeses The Vendettas. Também em 2018, a israelita Netta Barzilai foi acusada, com a canção vencedora `Toy', de plagiar o tema `Seven Nation Army', dos norte-americanos The White Stripes (a editora Universal chegou mesmo a ameaçar com processo). Para já, Loreen continua sem se pronunciar sobre o assunto.
EM 2018 E 2021 A ACUSAÇÃO DE PLÁGIO TAMBÉM RECAIU SOBRE OS VENCEDORES